Enquanto a ditadura cubana solta presos políticos, o Congresso dos Estados Unidos debate a lei que libera os americanos para viajar à disneylândia socialista. O momento histórico não é só dramático, também é muito irônico.
Há 51 anos, um dos orgulhos míticos da Revolução é ter livrado Cuba de ser “um bordel dos americanos”.
Com a liberação das viagens aos vizinhos, hordas de turistas mal educados e cheios de dólares invadirão a ilha, e serão muito bem probabilivindos, como uma salvadora fonte de divisas para a indigente economia da ilha. Será o encontro feliz do consumismo com o comunismo.
Mesmo com a proibição, mais de 100 mil americanos viajaram para Cuba no ano passado, via México, se arriscando a multas e chateações judiciais.
Imaginem liberando geral. Não haverá rum para tanta gente.
Viagens baratas, de pouco mais de meia hora de vôo, levarão o melhor e o pior dos turistas americanos a Cuba, em busca de sol e mar, mas também de diversão, negócios, aventura e, naturalmente, sexo.
Com o agravamento da crise econômica e sem perspectiva de trabalho, jovens cubanos de todos os sexos e formações estão se prostituindo para sobreviver. Fidel fez piada, dizendo que em Cuba até as putas são universitárias, mas a ironia da história é que, em volta dos hotéis, dos bares e boates, Havana se tornou um bordel a céu aberto. Mas não só de americanos.
Como não há nada mais conservador do que a revolução cubana, só Fidel e a velha guarda do partido ainda continuam odiando e esperando a agressão dos “yankis”. As novas gerações os chamam, com simpatia, de “yumas”, admiram suas qualidades e sonham consumir as maravilhas que eles produzem com liberdade e tecnologia.
Estão loucos para trocar ideias com eles. E, se possível, ganhar algum dinheiro, porque, apesar do salário de 20 dólares mensais, há cada vez mais desempregados.
Pior: ultimamente só foram criados empregos de fiscais, para tentar conter o roubo sistêmico nas fábricas e empresas estatais. Diz um amigo cubano que endureceu sem perder o humor: “O que vai mudar é que agora os que roubam para sobreviver vão ter que rachar com os fiscais.”
Fonte: Jornal “O Globo” – 16/07/10
Se os senhores fossem democraticos publicariam outros pontos de vista.
Ué? Qual o problema? O Nelson Motta está preocupado com Cuba…
O que ele deve pensar das favelas que viu crescendo nas cidaddes brasileiras ao longo dos últimos 40 ou 50 anos…
Cuba recebia muito dinheiro, algo entre 2 e 3 bilhões de dólares por mês, da URSS, como aluguel pelo uso da posição estratégica da ilha. Gorbashov acabou com isso. Mas Fidel não teve agilidade para introduzir Cuba num mundo mais amplo.
É um fossil vivo.