Circunstancialmente, sofro com a minha rinite, que se manifesta quando chega a primavera, ou quando me deparo com coisas que me exasperam.
Entre essas coisas, talvez a que me dê mais irritação é a mania que economistas ou políticos, invariavelmente intervencionistas, têm de se utilizar de palavras ou termos desprovidos de sentido claro ou definição objetiva. O característico palavrório dos que gostam de falar sem nada ter para dizer.
Dos tantos exemplos que se poderia elencar, escolhi apenas dois, que me parecem os mais vagos e vazios em conteúdo.
Confisco-os temporariamente para dar-lhes o significado que, ao meu ver, merecem.
Macroprudencial
Normalmente qualifica uma ação de inspiração econômica que para os estatistas significa, interferir insistentemente na vida das pessoas tentando moldar suas inter-relações, mesmo que infrutíferamente, alegadamente para proporcionarem as condições para melhoria do status das pessoas, ainda que elas pensem o contrário.
Sempre, ao cabo de algum tempo, estes mesmos estatistas, vêem que o resultado foi, mais uma vez, contra-producente e atribuem seu fracasso às próprias cobaias de seus planos, agentes econômicos como eu e você, indivíduos egoístas que, sem prudência alguma, não obedeceram ao que havia sido determinado.
A medida macroprudencial mais efetiva para que uma economia sobreviva às intempéries do mercado, e principalmente aquelas criadas pelo próprio governo, já tem nome e não precisa ser rebatizada, chama-se Liberdade. Insumo necessário e suficiente para elevar o padrão de vida de qualquer povo, em qualquer lugar do mundo, sob qualquer clima ou adversidade.
Políticas públicas
Invariavelmente, é um termo utizado como solução genérica sem que esclareçam para que serve, como será implementada, quem serão os beneficiários e quem pagará por ela. Demagogos se atrevem a dizer que os beneficiários serão os excluidos ou injustiçados e as contra-partidas correrão por conta dos ricos ou dos bem aquinhoados.
É óbvio, que quando economistas ou políticos intervencionistas mencionam esta solução mágica para qualquer problema, estão sempre pensando em coletar os recursos de todos nós, inclusive dos eventuais beneficiários que eles elegeram como alegados favorecidos.
Normalmente, os beneficiários da maior parte dos recursos são eles mesmos, os estatistas, devolvendo à população muito menos do que amealharam. Isso quando devolvem alguma coisa.
Para esta expressão, políticas públicas, de significado indefinido e sonoridade irritante, se pode atribuir uma denominação adequada, que também não precisa ser rebatizada, chama-se: Mercado. Única solução que faz a riqueza crescer e ser distribuída de maneira justa e concomitante, sem qualquer fórmula mágica.
A partir de agora, sempre que ouvirem de um economista ou político ameaças que incluam os termos macroprudencial ou políticas públicas, pensem bem a respeito. Jamais o efeito colateral será apenas uma rinite como a minha. Espere algo muito pior, como uma doença que para a cura improvável a cobaia continuará sendo você.
Mas que pobreza de artigo… Leia algo de Keynes, urgentemente, ontem se possível, leia algo sobre a Dinamarca, qualquer coisa, até anúncio de jornal de lá será proveitoso para suprir tamanha ignorância. Boa sorte com sua rinite, talvez limpando o nariz, podendo respirar, chegue algo mais de oxigênio que lhe permita entender que política pública é essencial e é adotada em todos os países do mundo, desde Cuba a USA.
Muito bom! Texto excelente!
Políticas publicas e medidas macroprudenciais!!
Urticária!
Urticária, Gilberto? Pior ainda! Obrigado pelo elogio.