Pressionada pelas acusações de empreiteiros condenados na Operação Lava Jato de desvio de dinheiro da Petrobras para campanhas eleitorais do Partido dos Trabalhadores (PT), a presidente Dilma Rousseff reagiu acusando a oposição de tentar articular um “golpe” contra o seu governo. A oposição, por sua vez, defende o avanço nas investigações das “pedaladas fiscais”, tipo de manobra orçamentária que pode ser julgada como crime de responsabilidade, levando ao impedimento do atual governo, pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
O cientista político e especialista do Instituto Millenium, Murillo de Aragão, não se surpreende com as acusações de golpismo feitas pelo governo. “Misturar oposição com golpismo é uma tática. É normal no jogo político. Devemos considerar, também, que setores minoritários da oposição defenderam a volta dos militares. Foi um ponto fora da curva que é usado para apimentar o discurso”, pontua.
Murillo lembra que, do mesmo jeito que o governo tenta descaracterizar como golpistas os movimentos à favor do impeachment, a oposição usa os equívocos e erros do governo para justificar o avanço do processo de impedimento.
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