A regra do jogo é simples: um grupo de professores, cada um com um copo vazio. Quando são apresentados a situações que causem raiva, despejam um pouco de líquido no copo. Indisciplina, agressividade e desatenção são situações corriqueiras que acontecem em sala de aula, mas para muitos deles podem fazer transbordar o copo. Esta é uma das atividades realizadas pela equipe do programa Cuca Legal em 17 escolas de São Paulo. O objetivo é mostrar para os docentes do ensino fundamental a importância da educação emocional. Na base dos exercícios está a neurociência.
— Os professores aprendem como o cérebro funciona, como é provocada a empatia e como o controle de impulsos impacta no aprendizado — diz a neuropsicóloga e coordenadora do programa, Adriana Fóz: — Se o professor não estiver atento ao emocional do aluno, o aprendizado fica comprometido.
As experiências do Cuca Legal serão apresentadas no encontro Educação 360, realizado nos dias 11 e 12 de setembro, na Escola Sesc de Ensino Médio. O evento é realizado pelos jornais EXTRA e “O Globo”, em parceria com Prefeitura do Rio e Sesc, com apoio da TV Globo e do Canal Futura.
Os educadores aprendem também a identificar nos alunos comportamentos que devem ser contornados. Segundo Adriana Fóz, após esta identificação, o docente deve ver se sua aula motiva:
— Tem professor que não percebe que o aluno precisa de uma nova abordagem.
Especialista em Neurociência Pedagógica e professor da Fundação Getúlio Vargas, Ney Pereira concorda. Por isso, ele criou o Professor Nota 10, que capacita professores em comunicação, para que suas aulas se tornem mais atraentes:
— Para prestar atenção em algo, o cérebro luta contra seus pensamentos. Saber os melhores caminhos para o cérebro reforça o combate do modelo de ensino que reduz a aprendizagem à memorização.
De acordo com pesquisa realizada pela Fundação Lemann com professores do ensino fundamental da rede pública, a falta de acompanhamento psicológico e a indisciplina lideram a lista de fatores que precisam ser enfrentados com maior urgência nas escolas. Pesquisadora do tema, a psicopedagoga e escritora Marta Relvas acredita que a neurociência potencializa a inteligência dos alunos. Ela lembra que, ao longo de 35 anos de atuação como professora no ensino fundamental, buscou experiências nesse sentido para aprimorar os resultados obtidos em sala de aula.
— Através de jogos, dramatizações e estabelecimento de relações de confiança e afetividade, consegui alcançar índices baixíssimos de reprovação nas minhas disciplinas — diz.
Fonte: Extra.
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