Jornal americano destaca campanha a vereador com protagonistas inusitados
Super-heróis fajutos (cinco Batmans e um Wolverine, entre outros), arremedos de personagens de aventura (“Macgaiver”) e artistas (Lady Gaga), um Obama falsificado e até um Cristo de Jerusalém. Não, não é desenho animado nem seriado de TV. Os nomes pitorescos dos candidatos brasileiros a vereador foram destaque no tradicional diário “The New York Times”, em reportagem assinada pelo correspondente Simon Romero.
Instrutor de auto-escola, o candidato Geraldo Custódio, o Geraldo Wolverine, foi entrevistado pelo diário americano. Contou que passou a usar o nome do personagem da Marvel a partir da tentativa que fez de participar do reality show Big Brother Brasil.
— É uma estratégia de marketing, porque se eu dissesse Geraldo Custódio, ninguém me reconheceria — diz ele, caracterizado como o personagem dos quadrinhos, que o inspirou a adotar o slogan “vote em quem tem garra”.
“Candidatos com nomes criativos e garras podem levantar sobrancelhas em outros lugares, mas este é o Brasil, um país orgulhosamente relaxado quando se trata de nomes dos polítícos”, escreveu Romero.
O jornal afirma que o Brasil foi berço de uma das “mais vibrantes democracias do mundo” desde o fim da ditadura, em 1985, e que os efeitos desta “vitalidade” se refletem nos nomes propostos pelos candidatos na disputa das urnas. E lembra que desde Fernando Henrique Cardoso, a norma é tratar até os presidentes de forma mais descontraída.
Assim, o que seria mister Cardoso para os americanos virou Fernando Henrique, ou, simplesmente, FH. Longe de um “mister Da Silva”, Luiz Inácio virou Lula — que gerou uma onda de seguidores no país. E Dilma Rousseff, em vez de “miss Rousseff”, é simplesmente Dilma.
O assistente administrativo Gerson Januário de Almeida, o Obama brasileiro, não podia ficar de fora. Desde que a semelhança foi destaca por turistas americanos quando visitava o bondinho do Pão de Açúcar, no Rio, ele faz bicos como sósia de Obama em eventos.
— Penso que o Barack Obama é mais do que um político; ele é um ícone — afirma ele, candidato em Belo Horizonte.
O NYT descobriu ainda candidatos que nem precisam de tamanha criatividade, já que seus próprios nomes de batismo refletem a admiração de outrora por grandes líderes políticos mundiais: Jimmi Carter Santarém Barroso, no Amazonas; John Kennedy Abreu Sousa, no Maranhão; e Chiang Kai Xeque Braga Barroso — cujo nome homenageia o rival de Mao Tsé-Tung — no Tocantins.
“Há alguns limites para os nomes que os brasileiros podem escolher quando disputando cargo eletivo. A lei estipula que os nomes escolhidos devem corresponder aos apelidos dos candidatos ou como eles são comumente referidos”, explica o jornal, acrescentando que juízes de algumas cidades têm mantido nomes especialmente bizarros ou vulgares fora das urnas, assim como o de companhias estatais e outras entidades burocráticas.
Fonte: O Globo
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