No começo da pandemia, Weidson Barbosa da Silva trabalhava em uma empresa terceirizada da Ambev, com a instalação e manutenção de máquinas de gelo, refrigerantes e chopeiras. Em abril, ele foi surpreendido por uma demissão, pois o discurso inicial da companhia tinha sido de que seriam adotadas as medidas de redução de jornada e salário para garantir a manutenção do trabalho.
“Como pai de família, entrei em desespero. A gente sabe que arrumar um trabalho é complicado. Minha única solução foi começar a trabalhar com aplicativo”, conta Weidson, pai de duas meninas, uma de 9 anos e outra de 2.
Instituto Millenium: Eu construo minha história!
No começo do trabalho com entregas, Weidson conta que a experiência de novato foi difícil – ainda sem pontuação no aplicativo, as jornadas eram muito extensas e, no fim das contas, tinha sempre pouco dinheiro para levar para casa.
“No começo foi muito complicado levantar ‘score’. Nessa pandemia, meu mundo foi abaixo e, com o aplicativo, eu consegui fazer alguma coisa. A dificuldade que a gente tem na rua é a carga horária muito extensa, mas é um dinheiro que vem suprindo minhas necessidades em casa”, conta.
O dia de trabalho, muitas vezes de domingo a domingo, segundo ele, envolve e 18 a 20 horas na rua, já que quanto mais entregas faz, mais dinheiro consegue levar para casa.
Perto de completar um ano de trabalho via aplicativo, Weidson conta que, com o aumento da experiência, a situação foi melhorando e o trabalho ficou um pouco mais fácil. Hoje, por exemplo, ele não pensa em abandonar as entregas.
Futuro
Isso ocorre porque ele já começou a bolar um novo plano profissional. De olho no bom momento da Bolsa de Valores, ele está fazendo um curso para se tornar um ‘trader’, como são chamados os profissionais que ganham dinheiro com operações de curto prazo na Bolsa.
“Estou estudando como louco para dar uma qualidade de vida melhor para minhas filhas e esposa. Quero estabilidade financeira, mas o aplicativo vai ficar como meu subterfúgio”, afirma Weidson. Nos planos está ainda a retomada do curso universitário, que trancou pouco antes da pandemia.
Fonte: “Estadão”, 12/04/2021
Foto: Alex Silva/Estadão