Com a eleição de novo governo, nova fase de vida política e administrativa se inicia no país. O governo entrante terá seu próprio estilo, sua característica de governar. É inegável que, em um regime presidencialista, este estilo, esta característica, serão sempre ditados pela personalidade do Presidente da República.
A ação governamental pode ser encarada sobre quatro principais aspectos: administrativo, político, econômico e social. Do ponto de vista administrativo, não resta dúvida que profundas modificações devem ser realizadas. O contribuinte vive asfixiado com absurdas exigências burocráticas, dificultando o desenvolvimento de suas empresas, criando situações de tal ordem que muitos desistem de iniciar novos empreendimentos. No Brasil, hoje em dia, até pagar impostos é difícil.
Tratemos agora da questão política. Sob este título quero focalizar todo aspecto da organização político-jurídica. O que possuímos hoje no Brasil é uma verdadeira colcha de retalhos. Muitas coisas terão que ser corrigidas. Principalmente conciliar a existência da Federação com a quantidade de leis que criam a centralização administrativa e anulam a própria Federação. A ordenação da vida partidária, a melhoria da representação – no meu entender só possível com o voto distrital – são assuntos que demandam urgente solução. Livrar os partidos dos caciques e oligarcas, modificando o sistema de escolhas dos candidatos, geralmente escolhidos em convenções “marcadas”, é outra matéria de urgência no ordenamento político. E, simplificar nossos arcaicos códigos jurídicos.
Sob o título aspecto econômico, quero abranger a produção e venda dos bens e serviços. Sem uma eficiente estrutura de transportes e de comunicações, difícil será chegar aos portos de exportação e aos centros de consumo, com gastos mínimos entre a fábrica ou fazenda e o consumidor. Não esquecendo da obsoleta legislação trabalhista que impulsiona a informalidade no emprego.Há ainda a considerar os altos custos financeiros e a excessiva carga fiscal sobre todos produtos.
Aspecto social: educação, saude, previdência e assistência social. É de máxima urgência que sejam reformulados os conceitos correntes sobre a matéria. Cumpre inovar e não manter o que aí está. Os planos técnicos e econômicos de nada valerão se não o encararem. A assistência à família, a garantia de educação a todas as classes sociais, o amparo eficaz à infância e a velhice, são matérias que não podem esperar. Problemas importantes e que fingimos ignorar, como a proteção à mãe solteira, planejamento familiar, analfabetismo funcional, agravado pelo absenteísmo escolar nas escolas da zona rural, são alguns dos tópicos que estão pedindo a atenção do futuro governo.
Todos os aspectos mencionados, administrativo, político, econômico e social se entrelaçam e, não podem ser tratados separadamente.Nenhum tem prioridade sobre o outro, pois, a solução de um depende da solução do outro. Daí a importância de o governo ter uma equipe de homens competentes, principalmente no escalão ministerial, chave de todo sucesso de uma administração.
Nenhum dos dois candidatos apresentou propostas concretas para atacar estes problemas.Reconheça-se, entretanto, que o candidato Serra, pelas suas boas administrações na prefeitura e governo de São Paulo, tem muito melhores condições de resolvê-los que a candidata Dilma que, nada mais foi que assessora do Senhor Lula da Silva, o qual nada fez para melhorar a administração pública no Brasil.Entretanto, vive dizendo que, “nunca na historia deste país houve melhor governo que este.“Presunção e água benta cada um toma o que quer”, diz o refrão. Meditem os eleitores sobre isto na hora de votar.
Excelente a análise; sintética e clara. Parabéns!