Alguns conceitos de Sérgio Buarque de Holanda se tornaram modelos clássicos de interpretação de nossa história. Entre eles se destaca o do “homem cordial”, presente em “Raízes do Brasil” (1936), seu primeiro livro, no qual o autor investiga as origens de uma forma de sociabilidade brasileira, mais afeita aos contatos informais e à negação das esferas públicas de convívio.
Crítico, ele mostra como a “cordialidade” leva a uma relação problemática entre instâncias públicas e privadas. Este volume reúne, além de “O homem cordial”, outros momentos altos da produção intelectual do autor: “O poder pessoal” (da coleção “História geral da civilização brasileira”), “Experiência e fantasia” (de “Visão do Paraíso”), “Poesia e crítica” (de “O espírito e a letra”) e “Botica da natureza” (de “Caminhos e fronteiras”). O conjunto é uma excelente introdução ao pensamento do autor, ou a oportunidade de voltar a esses textos fundamentais, que aliam o rigor metodológico do grande historiador e crítico à sua fluência narrativa.
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