Hernando de Soto, “O mistério do capital: por que o capitalismo dá certo nos países desenvolvidos e fracassa no resto do mundo” (Record, 2001) .
O século XXI pode ser o século em que a miséria será erradicada da humanidade. Para aqueles que querem assumir o dever de fazer dessa promessa uma realidade, O mistério do capital é leitura obrigatória. Seu trabalho pioneiro fez de Hernando de Soto um dos economistas mais famosos do mundo, assim como alvo de atentados terroristas por parte dos maoístas peruanos. De Soto revolucionou o debate do desenvolvimento e teve o raro privilégio de atestar o sucesso da aplicação de suas ideias. Os desenvolvimentistas do século XX, que, chocados com a desigualdade entre ricos e pobres, se dedicaram a traçar esquemas redistributivos e burocráticos, conseguiram pouco mais do que inflar o poder político, incentivar a corrupção, obstruir a formação do estado de direito, e perpetuar a miséria. A alternativa oferecida por De Soto é mais realista. Ciente de que os países desenvolvidos não foram criados desenvolvidos nem seguiram programas de ajuda externa, o economista peruano coordenou uma série de investigações empíricas para identificar o que impede o terceiro mundo de atingir o mesmo nível de desenvolvimento. Sua descoberta é que os custos institucionais impostos por governos de todo o mundo são o principal obstáculo para a redução da pobreza. Em todo o mundo em desenvolvimento, as dificuldades à formalização de comércio, trabalho, contratos e propriedade exclui uma parcela da sociedade humana da participação no mercado. A propriedade imobiliária é o caso mais emblemático. O fato de os estados não reconhecerem os direitos de propriedade de milhões de pessoas aos imóveis que elas de fato possuem impede que elas capitalizem bens que somam quase 10 bilhões de dólares. É a livre iniciativa que vem tornando a miséria cada vez mais uma exceção no mundo desenvolvido, e é a falta de livre iniciativa que aprisiona milhões de pessoas numa condição de pobreza, revela O mistério do capital.
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