“Quem não é são física e psiquicamente, e, por sua vez, não é digno, não tem o direito a eternizar sua miséria em um filho; o Estado deve permitir que só saudável venha a ter família.” (Adolf Hitler, em Minha Luta) Em meu artigo Socialismo e Nazismo mostrei com sólidos argumentos os claros paralelos entre o socialismo e o nazismo, semelhantes em inúmeros aspectos. Lembrei também que os socialistas, acostumados a repetir chavões sem reflexão alguma, xingam de nazistas seus opositores, ainda que coloquem assim estes lado a lado com liberais, enquanto na verdade os liberais são totalmente contrários tanto ao nazismo como ao socialismo. Neste artigo, pretendo demonstrar o nazista que existia num dos maiores ídolos socialistas da América Latina. Trata-se de Salvador Allende, presidente que afundou o Chile no caos e miséria. A fonte é o último livro de Víctor Farías, doutor em filosofia e autor de Os Nazistas no Chile. Seu mais recente trabalho, Salvador Allende: Anti-Semitismo e Eutanásia, busca em fatos históricos um passado sombrio do personagem, muitas vezes ocultado propositadamente pelos seus biógrafos. Levantar essa poeira e expor a real face nazista desse grande símbolo esquerdista é o objetivo do estudo. Víctor Farías foi pesquisar Allende desde o seu passado como médico, passando também pelo período em que foi ministro. A figura de Allende já vem sofrendo consideráveis rachaduras, como quando foi descoberto que, durante seu governo, ele protegeu direta e deliberadamente Walther Rauff, um dos maiores criminosos nazistas, responsável direto pelo assassinato de cem mil judeus. Além disso, nos anos da fundação do partido socialista do Chile, seu criador, Marmaduke Grove, foi pago regularmente pelo Ministério de Assuntos Exteriores nazista. Um outro ponto controverso diz respeito à Colônia Dignidade, enclave racista alemão dirigido por nazistas e ex-nazistas, que cresceu e se consolidou consideravelmente durante o governo de Allende. Como fica claro, a simbiose entre socialismo chileno e nazismo alemão sempre existiu. Mas o livro de Farías foca na fase médica de Allende, época em que sua tese Higiene Mental e Delinqüência foi escrita. Este texto de Allende é uma aberração que mostra um profundo racismo do autor, que chega a informar, com aprovação, sobre experimentos cirúrgicos feitos com réus de cárceres públicos a fim de fazê-los “recuperar sua identidade sexual”. Para Allende, uma das causas naturais da delinqüência é “a raça”. Ele chega a escrever que “os hebreus se caracterizam por determinadas formas de delito: fraude, falsidade, calúnia, e, sobretudo, a usura”, alegando que esses dados “fazem suspeitar que a raça influi na delinqüência”. Em resumo, no seu primeiro escrito científico, Allende afirma que os judeus são naturalmente delinqüentes. Enquanto ministro da Salubridade do governo da Frente Popular, Allende teve a oportunidade de lutar para colocar em prática suas idéias bizarras. Anunciou em 1939 um projeto de Esterilização de Alienados Mentais como programa para a “defesa da raça”, e confiou a elaboração e implementação do projeto a cientistas abertamente racistas como o dr. Eduardo Brücher, associado ao dr. Hans Betzhold, fervoroso partidário da eutanásia nazista. O Artigo 1º do projeto dizia que “toda pessoa que sofra de uma enfermidade mental que, de acordo com os conhecimentos médicos, possa transmitir à sua descendência, poderá ser esterilizada”. Pelo projeto, seriam consideradas enfermidades mentais transmissíveis por via hereditária: a esquizofrenia; a psicose maníaco-depressiva; a epilepsia essencial; a idiotia; a debilidade mental profunda; a loucura moral constitucional e o alcoolismo crônico. As vítimas poderiam, pelo projeto da lei, ser forçadas pelo Estado a fazer a esterilização, como fica claro no Artigo 23º: “Todas as resoluções ditadas pelos Tribunais de Esterilização serão obrigatórias para toda pessoa ou autoridade, e se levarão a efeito, com caso de resistência, com auxílio da força pública”. As semelhanças entre este projeto e a Lei para Precaver uma Descendência com Taras Hereditárias, ditada pelo governo do Terceiro Reich, são impressionantes. Alguns parágrafos parecem cópia direta. Os nazistas pretendiam esterilizar vítimas nos casos de imbecilidade congênita, esquizofrenia, mania depressiva, epilepsia hereditária, cegueira hereditária, surdez hereditária e graves deformidades físicas hereditárias. Como resume Frías, “em ambos os casos a vontade esterilizadora radical não deveria ser impedida ou prejudicada por problemas financeiros”, pois “até para os indigentes havia recursos, entregues ao Estado pelos contribuintes”. Sobre seu livro e os fatos que trouxe à tona, Víctor Frías acredita que muitos irão optar por um constrangedor silêncio, para proteger a fé ideológica e a imagem de Allende, que já era terrível antes disso tudo, mas ignorada pelos camaradas socialistas. Outros verão analogias fundamentais entre socialismo e nazismo, e conhecerão um pouco mais dessa figura que tanto contribuiu para o colapso chileno. Quanto ao que concerne o autor, ele acredita que “tudo o que foi investigado até aqui merece ser processado, incansavelmente, a fim de recuperar a luz que nossa gente merece”. Infelizmente, os idólatras do fracasso parecem nunca aprender com os fatos, preferindo um mundo de fantasias onde o socialismo trará uma vida melhor para todos. Entre a luz ou a escuridão ideológica, ficam com a última. E assim, o nazista em Allende acabará provavelmente ignorado e esquecido, enquanto os socialistas continuam rotulando seus opositores de nazistas, como se não fossem ambos uma mesma família.
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