O processo de desenvolvimento de um país perpassa essencialmente por um ótimo planejamento em ciência e tecnologia. Neste caso, estimular excelentes programas de graduação e pós-graduação é umas das bases para o desenvolvimento intelectual e econômico das nações. Nos países desenvolvidos, a educação é um tema levado a sério, com professores bem treinados, com ótima titulação e alunos sendo cobrados a todo o instante por um ótimo desempenho.
Para que este ambiente seja estimulado, a criação de um marco regulatório consistente e de universidades com dinheiro em caixa é de fundamental importância. No entanto, qual a realidade do ensino nacional, quando os critérios em análise são as regras e a qualidade dos programas de ensino?
Em matéria publicada no jornal “O Globo”, vinculada no dia 22 de junho de 2009, com o título “MEC reconhece 266 novos cursos de mestrado e doutorado”, a primeira impressão é o avanço em pesquisas no Brasil, com a criação de novos cursos, em particular, com a intensa participação das universidades federais, das pontifícias universidades católicas e de algumas faculdades isoladas.
Mas este não é o fato principal. O que chama atenção é a flexibilidade adotada para os cursos de MBA, tão criticados no mundo, ressaltando o professor Henry Mintzberg, com o seu livro “MBA – Não Obrigado!”, pela fragilidade em estimular o pensamento crítico dos alunos, pela ausência do rigor acadêmico em alguns programas e da falta de supervisão do MEC. A proposta seria transformar estes cursos em mestrados profissionais, com a eliminação dos trabalhos de conclusão de curso, de professores com dedicação exclusiva e a seleção docente, pelo critério “experiência de mercado”, dirimindo a sua qualificação plena.
Pode-se entender que o caminho do ensino superior nacional está próximo do que foi no passado um segundo grau vitorioso, com a desqualificação dos programas de ensino e o império de um sistema predominantemente de mercado e em larga escala.
Educação que se preza se faz pela sua qualidade, em que a elite dominante nas salas de aula, não seja a economicamente ativa, mas a intelectualmente mais preparada. Resta ao Brasil escolher por qual caminho trilhar o seu futuro, ou seja, rumo ao desenvolvimento, ou a mediocridade declarada.
Eu acho o Brasil já escolheu.. e foi o caminho da mediocridade declarada ! As faculdades hoje só tem grife, posso falar isso pois estudo numa dessas faculdades particulares que cobram caro e só tem grife, e que na verdade não passam de uma “Estácio”, disfarçada.
Alguns cursos de algumas federais, contudo, ainda fogem um pouco dessa regra, mas em breve elas também vão sucumbir a esse novo caminho.