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Existem dois métodos de combater a corrupção, o Método Moro e o Método Gianturco.
O Método Moro, também chamado de Método Paliativo, combate os corruptos, pessoas envolvidas com corrupção.
O Método Gianturco, também chamado de Método Definitivo, combate a corrupção como instituição.
O método paliativo é ineficaz no combate à corrupção. Na realidade, todo o sistema judicial torna-se um apêndice do mecanismo da corrupção porque se perpetua nessa luta infindável, desperdiçando recursos que poderiam ser utilizados contra os crimes violentos comuns, homicídio, estupro, sequestro, roubo, furto, fraude e coisas do gênero.
O método paliativo é o verdadeiro método enxuga-gelo.
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O método definitivo, difere do paliativo porque percebe claramente quais são as causas da corrupção.
Ele identifica que, quando o setor produtivo da sociedade é impedido de atuar livremente pelo setor coercitivo dessa mesma sociedade, ou seja por políticos e burocratas estatais; ou, quando o governo se coloca como intermediário, controlando as relações entre quem demanda bens e serviços e quem os produz, a corrupção é inevitável, tornando-se endêmica e até mesmo necessária para que os serviços e bens não parem de ser oferecidos.
O método paliativo, por sinal, tenta fazer com que a corrupção se alastre até alcançar até mesmo aqueles que deveriam combatê-la.
O fato de vermos que há juízes e servidores públicos que não se corromperam, apesar dos incentivos para isso serem tão generosos, é que fazem de Sérgio Moro um herói na luta contra os corruptos, um especialista na árdua e bem remunerada tarefa de enxugar gelo.
O método definitivo é bem mais difícil de se colocar em prática do que de concebê-lo abstratamente. Como é evidente que a corrupção é um resultado inevitável das relações promíscuas entre agentes públicos e agentes privados atuando nas questões econômicas, bastaria simplesmente separá-los absolutamente.
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Por que é difícil de se implementar tamanha obviedade? Porque aqueles que deveriam fazer isso, os políticos e burocratas estatais, inclusive muita gente no judiciário, são os mais interessados em que isso não ocorra.
O método definitivo prescreve que os agentes públicos não mais intermediariam as relações entre produtores e consumidores, mas apenas realizariam a tarefa de árbitros, agindo quando a coerção, em nome da justiça, tivesse que ser usada no combate aos crimes verdadeiros já citados.
Se o combate aos corruptos cria heróis como Sérgio Moro, o combate à corrupção como instituição, deveria criar super-heróis.
Super-heróis que lutam intelectual e politicamente para acabar com a fábrica de corruptos.
Super-heróis que advogam pela absoluta separação entre o governo e a produção de bens e serviços, como petróleo, previdência, saúde, educação e tantos outros, deveriam ser também amplamente reconhecidos e exaltados pelo público.
Melhor do que ter alguém para enxugar gelo prendendo corruptos é acabar com a fábrica de gelo, digo, com a fábrica de corruptos, criada pelo estado empresário, pelo estado regulador, pelo estado financiador, pelo estado espoliador, pelo estado de bem estar social.
O que me deixou feliz com o Fórum da Liberdade 2018 foi que, se Sérgio Moro foi ovacionado como herói, Adriano Gianturco, representando todos aqueles que desejam que o governo deixe de se imiscuir na vida das pessoas que não são violentas, foi tratado como super-herói.
Fonte: “Instituto Liberal”, 11/04/2018