Entrevistas secretas e perguntas inadequadas levaram ao cancelamento da prova oral do concurso para juiz do Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo na última terça-feira, 18 de setembro. Segundo a determinação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), os 146 candidatos reprovados terão direito a um novo exame.
Durante as entrevistas, os bacharéis foram constrangidos com questões de natureza particular. Entre as indagações destacam-se as seguintes: “Mas a senhora está grávida. Não acha que já começaria a carreira como um estorvo para o Poder Judiciário?”, “Qual sua religião?” e “Como é a sua família?”.
O historiador e especialista do Instituto Millenium, Marco Antonio Villa aprova a decisão do CNJ. “O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) fez muito bem ao cancelar o concurso, porque as perguntas feitas invadiam a esfera privada dos candidatos”. Villa criticou o abuso de poder cometido por integrantes do poder Judiciário. “É lamentável porque é o poder judiciário fazendo isso dentro do estado de São Paulo, que é um dos principais estados da federação”. O especialista chama atenção para a necessidade de investigar os responsáveis pelas entrevistas.
Além dos questionamentos ilegais, também foram apontado problemas como à abertura e descarte de envelopes nos quais estavam notas dos candidatos e o arredondamento de médias.
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