Vejo muita gente reclamando da China, não porque o governo é autoritário, mas porque a mão-de-obra é muito barata e as condições laborais se assemelham ao trabalho escravo.
Será que não percebem que não há mágica nem milagres?
Até 40 anos atrás, a liberdade individual e a propriedade privada inexistiam completamente na China.
A imensa maioria da população comia uma porção diária de arroz como carboidrato e ratos, gatos e cachorros como proteína.
Comparem os dados do Banco Mundial (PIB per capita em US$):
1960 – China: 90,00 X Brasil: 210,00
1970 – China: 113,00 X Brasil: 442,00
1980 – China: 195,00 X Brasil: 1947,00
1990 – China: 317,00 X Brasil: 3100,00
2000 – China: 960,00 X Brasil: 3750,00
2010 – China: 4550,00 X Brasil: 11286,00
2018 – China: 9970,00 X Brasil: 8920,00
Ninguém sai de uma vida tão miserável como era a vida dos chineses, oprimida, rural, atrasada, isolada do resto do mundo, onde a renda média nacional era de menos de US$ 100,00 por ano, para uma vida próspera, sem passar por uma jornada de crescimento profissional com aprendizado dedicado, trabalho e esforço árduos.
Mão de obra barata é a única coisa que gente sem estudo, talento e produtividade tem a oferecer. O baixo salário não é culpa do PCC que liberou os chineses para experimentarem um pouco de livre mercado; é culpa dos velhos comunistas que produziram miséria, ignorância e desincentivos para a criação de valor e riqueza.
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Na China Comunista de Mao, não havia perspectivas, oportunidades. Depois que a China começou a se abrir para o mundo e liberar os mercados, surgiu um mundo de oportunidades. Quem não ganhava nada passou a ganhar um pouco e com o tempo, podiam se tornar até bilionários.
A baixa remuneração dos chineses era consequência da falta de capital, conhecimento e liberdade para usá-los.
Os chineses em 30 anos multiplicaram a renda per capita por 30. Os brasileiros em 30 anos multiplicaram por 3.
A resposta para mim é simples. Desde que o Brasil adotou a Constituição de 1988, caminhamos no sentido inverso ao da China. Eles produziram décadas de prosperidade e nós produzimos décadas perdidas.
Fonte: “Instituto Liberal”, 29/09/2020
Foto: Reprodução