O mundo está sob impacto inédito, cujo termo não se sabe quando ocorrerá. Terremoto de extrema violência parece ter atingido o Estado em sua estrutura. Basta dizer que, pela primeira vez em seu reinado, o Imperador se dirigiu à nação em mensagem televisionada. O que aconteceu até agora foi uma calamidade. Como se não bastasse a catástrofe vulcânica, outra já se fez sentir, de características terríveis. O possível vazamento de materiais radioativos de suas usinas nucleares é uma ameaça real e isso pode repercutir pelo mundo, dado que o Japão é a terceira economia do mundo e tanto mais quando, da recente crise, as nações ainda não se recuperaram. O primeiro ministro japonês declarou que o que vem de acontecer configura a pior crise nacional desde o desastre da guerra. Tudo está a indicar que as incertezas são maiores que as certezas.
Cerro os olhos para o que aconteceu e para o que poderá suceder. Procuro ver o que vai passando por aqui, dentro das nossas fronteiras. É inegável que as administrações estatais são naturalmente atraídas para os grandes problemas, mas coexiste com esses a multidão dos pequenos problemas, também da alçada das administrações e que, enfrentados e solucionados, reduziriam o peso dos grandes, que embaraçam as administrações.
Tenho diante dos olhos pequenas nódoas administrativas ocorrentes aqui no nosso Rio Grande e me lembrei do que está sucedendo do outro lado do mundo e o que parecia indomável vem sendo enfrentado como se fosse superável. Li em jornal de agora que a travessia Guaíba-Porto Alegre, prevista para começar em abril, daqui a 10 dias, portanto, está encalhada por falta de entendimento ou de melhor entendimento entre duas autoridades, do passado governo e do atual governo. A atual diz que a anterior começou mal, pelo telhado. Para argumentar, aceito a versão, e pergunto se a nova travessia, ou melhor, o restabelecimento da velha, anterior à ponte construída e inaugurada no governo Meneghetti, é conveniente, útil ou necessária. A resposta parece ser afirmativa. Sendo assim, como o tempo não volta e o passado será passado, a nova administração só tem de fazer o que a outra deixou de fazer. Mostre sua benemerência e sem demora. Abril está chegando. Ah, se os problemas fossem todos difíceis como esse, como seria fácil governar.
Outro caso diz respeito a São Pedrito, como o saudoso pedritense Oscar Fontoura gostava de chamar sua terra. Faz 40 anos foi desapropriado imóvel para nele instalar uma escola profissional. Foi construído prédio para esse fim. Já foi reformado. Mas a escola ainda não foi instalada. “O processo para autorizar o funcionamento foi devolvido…” não sei para quem, mas foi devolvido, segundo a notícia publicada. Imagine o leitor se pelas bandas do histórico Ponche Verde irrompesse um terremoto ou um vulcão guacho como está ocorrendo do outro lado do mundo? Não sei qual será a explicação para o fato, mas não há explicação para justificar 40 anos… Segundo dizem, o ótimo é o inimigo do bom. De modo que, do jeito que vai, em breve será comemorado o meio século da escola técnica que, construída no século 20, reformada no século 21, ainda não foi instalada. É demais. Chame-se de Dom Pedrito ou São Pedrito, o certo é que a terra é boa e melhor sua gente. Instale-se a escola, com carimbo ou outra coisa que esteja faltando no processo para a instalação do colégio. Sugiro se ponha uma placa comemorativa do carimbo, se for o caso. Mas instale-se a escola.
Fonte: Zero Hora, 21/03/2011
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