O Banco do Brasil anunciou, na segunda-feira (10), a reabertura da linha de investimento do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO) Empresarial, suspensa temporariamente em decorrência da publicação da Lei 13.682 (19/06/18), que alterou a metodologia de cálculo dos encargos financeiros das operações, com recurso do Fundo. Entre os meses de janeiro e julho de 2018, o FCO Empresarial liberou mais de R$250 milhões para investimentos em projetos do empresariado mato-grossense.
A notícia veio em boa hora e sela o compromisso do próprio banco do Brasil, com o Sebrae/MT e a Weg, que juntos estabeleceram a parceria para o desenvolvimento do programa Pluz, lançado em abril, para ampliar a oferta de oportunidades às empresas que buscam meios técnicos e financeiros para produzirem energia fotovoltaica, e assim baixarem os custos de produção, ampliando a competitividade .
Com incidência de sol praticamente o ano todo, Mato Grosso tem potencial para elevar a competitividade dos pequenos negócios, com a geração de energia pelas próprias empresas. O esforço para a execução de projetos nos setores comércio, serviços, indústrias e propriedades rurais ganhou este grande reforço. E é grande o número de interessados em reduzir a conta de luz, por isso buscam o Programa de Energia Solar Fotovoltaica para Pequenos Negócios (PLUZ). De abril até agora, 173 empresários, de 32 municípios, tiveram interesse na solução.
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Favorecendo o desenvolvimento econômico local, o programa Pluz foi pensado para valorizar toda cadeia de valor do ramo, estimulando a nova cultura da sustentabilidade, visando ainda fortalecer as pequenas empresas, para a geração de emprego e renda, além de valorizar o uso da energia limpa, unindo crédito, projetos e consultoria de viabilidade, e parcerias com empresas intaladoras locais para instalações de um sistema capaz de produzir energia elétrica por cerca de 25 anos, com manutenção simples de limpeza e um potencial de reduzir o consumo energético em até 95%.
Com taxas de juros mais atrativas, o FCO é a principal linha de financiamento do programa PLUZ apresentando as melhores condições disponíveis no mercado. Conforme o projeto a ser analisado e aprovado pelo banco, a linha pode oferecer carência de até um ano, prazo de pagamento em até 10 anos e taxas de juros (pós-fixada), o que viabiliza a aquisição de sistemas fotovoltaicos, com parcelas mensais que podem ser pagas com o dinheiro que é economizado da conta de luz.
As condições variam porém, de acordo com o porte da empresa (faturamento anual), do projeto e localização do município, sempre ajustadas ao fluxo de caixa das empresas.
Conforme enfatizado pelo Superintendente Estadual do Banco do Brasil em Mato Grosso, Sotero Sierra Neto, a reabertura do FCO proporcionará avanço significativo no programa Pluz. “As agências do Banco do Brasil em todo o Estado de Mato Grosso reiniciaram a análise das solicitações de financiamento e temos expectativa de atender a essa elevada demanda nos próximos 30 dias”.
Bom negócio
O superintendente do Sebrae/MT, José Guilherme Barbosa Ribeiro, destaca que o uso da energia solar já é uma realidade que impulsiona a competitividade dos pequenos negócios mato-grossenses e é o caminho natural para que alcancem os mercados, de forma global.
“O custo da energia diz respeito à própria sobrevivência do negócio e para os pequenos essa atenção é ainda maior. Nos últimos dois anos, o Sebrae intensificou o apoio aos empresários na elaboração do estudo de viabilidade técnica e financeira e também nos projetos elétricos do sistema de energia solar fotovoltaica, além de orientar os muitos interessados em reduzir os custos com o consumo de energia, um dos principais fatores que oneram as empresas.
Temos um potencial imenso, fatores climáticos que são completamente adversos à geração de energia por hidrelétricas. E a solução que o mundo nos apresenta são as energias alternativas: a energia eólica, produzida pela força dos ventos, e a energia fotovoltaica, ou popularmente, energia solar, que é a mais indicada para Mato Grosso. Uma tecnologia já dominada e utilizada por empresas de MT, que estão obtendo ganhos exponenciais”, disse Ribeiro.
Segundo o superintendente do Sebrae, toda a inovação precisa ser pensada com sustentabilidade, não só ambiental, mas econômica e os governos estão mais sensíveis à essa demanda. “A legislação hoje é extremamente favorável e é possível fazer uma compensação da energia em que você gera durante o dia e, à noite, pode ser suprido com a energia que vem do sistema das distribuidoras”.
A legislação da Geração Distribuída (GD) permite que o consumidor injete na rede o excedente da energia solar produzida por sua micro usina particular para ser transformado em créditos junto à concessionária de energia.
A adesão ao FCO para a implantação de tecnologia solar nas empresas interessadas já está disponível e a previsão é que os recursos da linha sejam contratados até o dia 30 de outubro. Os interessados no Programa Pluz podem entrar em contato com o Sebrae pelo 0800 570 0800, ou pelo site energiasolar.mt.sebrae.com.br
O Sebrae atua em todo o território nacional e há mais de 40 anos, promove a competitividade, o desenvolvimento sustentável e o empreendedorismo. Signatário do Pacto Global da ONU, o Sebrae trabalha comprometido com a Agenda 2030 e com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, em busca de transformações efetivas com o uso de energias renováveis e acessíveis, no campo da gestão pública, da produção e consumo sustentável, alicerçados na ética, no compliance, no combate à corrupção e na sustentabilidade dos pequenos negócios.
Por dentro da realidade das empresas
Mato Grosso recebe um alto índice de irradiação solar durante o ano inteiro mas tem apenas 2%, cerca de 884 unidades, conectadas ao sistema de geração distribuída de energia do país – no Brasil são mais de 38 mil unidades.
A média do custo da energia elétrica possui um valor considerável, com relação aos custos totais da empresa. Tomando como exemplo uma pequena empresa do setor comercial que consome em média 2.000 kWh por mês, seria necessário um investimento na ordem de R$ 86.800,00 com pay-back de 3 anos e 6 meses para o retorno do investimento e 95% de economia na conta de luz.
“Temos a terceira maior tarifa de energia do país o que impacta negativamente na competitividade das nossas empresas. Já existe um estímulo para a instalação da energia solar em residências, faltava esse olhar para as empresas”, analisa o Gerente de Sustentabilidade de Pequenos Negócios do Sebrae Mato Grosso, José Valdir Santiago Junior.
O sistema de geração elétrica distribuída foi regulamentado no Brasil pela Resolução Normativa (REN) 482/2012 e pela REN 687/2015, onde os créditos de energia poderão ser utilizados em até 5 anos.
Fonte: “Pequenas Empresas & Grandes Negócios”