Na segunda-feira (01/04), a Secretaria de Comércio Exterior divulgou que o Brasil registrou, no primeiro trimestre do ano, um déficit comercial de US$ 5,1 bilhões, que contrasta com o superávit de US$ 2,4 bilhões, registrado no mesmo período do ano passado. O destaque foi o crescimento das importações de combustíveis e lubrificantes, que cresceram 35% em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando US$ 10,3 bilhões no período.
Este crescimento das importações é resultado do aumento da demanda doméstica por combustíveis, principalmente gasolina, que não foi acompanhada pela expansão da capacidade de refino. Além disso, mudanças nos prazos de registro das importações de combustíveis transferiram para este ano a contabilização de parte do montante importado no ano passado.
Salta aos olhos a deterioração das contas externas brasileiras. O superávit na balança comercial, que já foi de cerca de US$ 30 bilhões em 2011, deve cair para US$ 12 bilhões em 2013, o que se refletirá num déficit em transações correntes de quase 3% do PIB, nos tornando dependentes do financiamento externo.
A análise dos números acima mostra como a economia brasileira está andando para trás e o petróleo volta a se configurar como vilão das contas externas. Este retrocesso é resultado da visão equivocada do governo de que o mercado fechado, a intervenção estatal e o monopólio significam independência e autossuficiência. No setor de petróleo, os números estão mostrando que essa política está tendo como consequência prejuízos na Petrobras, queda na produção, falta de investimento e retorno da dependência externa. Estamos voltando para o Brasil da década de 80.
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