“Se hay gobierno, soy contra”
Quem nunca ouviu ou leu essa velha frase anarquista, mas que poderia muito bem ter servido como bandeira do PT e movimentos “progressistas” quando eram oposição?
Eu já sou partidário de outra frase, que diz que muito ajuda quem não atrapalha. Este deveria ser o princípio básico da relação das classes produtoras do Brasil com o governo, mas nem algo tão simples assim é possível nestepaiz.
Um “progressista” acha que o estado precisa lhe dar tudo. Um “conservador” já se contenta se o estado não lhe tomar nada.
E assim o Brasil se torna esse monstrengo manco. Manco porque uma das suas pernas – que é a classe média e os setores produtivos – precisa carregar sozinha o peso do imenso paquiderme preguiçoso, e ainda por cima precisa se defender da outra perna – que é o governo, os políticos, os sindicatos, a companheirada – que teima em passar o tempo dando rasteiras na perna que a sustenta.
Quando um conservador, liberal, direitista, ou seja, lá qual for o termo da moda resolve fazer caridade, puxa o talão de cheques e faz uma doação. Quando um esquerdista resolve salvar o mundo, a primeira coisa que pensa é: de quem vou tomar a grana para distribuir bondades?
A cada desastre, a cada surto de infortúnio que acontece no país, todos correm para a famigerada classe média, que envia colchões, cobertores, alimentos não perecíveis e remédios. Do governo, aquele que já toma em torno de 40% de tudo o que se produz, ninguém ousa esperar nada além de ineficiência e inércia.
Um bom exemplo disso foi no caso das chuvas que destroçaram Teresópolis, Nova Friburgo e outras cidades daquela região no Rio de Janeiro.
Descobri essa semana que no país das maravilhas que Lula registrou em cartório no final de seu governo – suas “obras” estão lá arquivadas, assinadas e com firma reconhecida – já existe um Centro Nacional de Desastres Naturais, dividido em cinco macro-regiões e que deveria ter agido na Região Serrana, porém nada fez.
Nada fez porque não existe, ou talvez porque os funcionários que não existem estivessem trancados nos prédios do tal Centro, que não existe no mundo real.
A verdade é que tais órgãos e demais entidades governamentais que talvez pudessem diminuir as perdas humanas e materiais – como aconteceu na Austrália, onde as tempestades também castigaram o país – dependem da única entidade brasileira da qual não se pode esperar nada: o governo.
Minto, estou sendo injusto. Nosso governo não é inútil e inepto em tudo. Se falarmos em arrecadação e punição, ele é exemplar.
Arrecadação, punição e, claro, criação de miseráveis, de indigentes culturais, de massas de manobra.
Como disse muito bem a colunista americana Ann Coulter: “a única evidência que temos de que os políticos esquerdistas amam os pobres é que eles sistematicamente apóiam políticas que criarão mais pobres”.
No Brasil não é diferente. Nosso governo trabalha diuturnamente para transformar todos os brasileiros em bolsistas. Seja do Bolsa Família, do Bolsa Deputado, do Bolsa Sindicalista, do Bolsa Financiamento do BNDES, do Bolsa Funcionário Público, do Bolsa Cargo de Confiança, você pode ir criando a bolsa que quiser aí, porque haverá sempre mais um lugarzinho nesse coração de mãe que é o governo brasileiro.
E na hora que tudo começar a desabar, de insustentável que é, ora, sempre teremos a classe média e os setores produtivos para pedir ajuda.
Seja na forma de doações voluntárias, seja na forma de confiscos compulsórios.
Artigo irretocável.
Aliás só tenho um “retoque” a fazer:
“E na hora que tudo começar a desabar, de insustentável que é, ora, sempre teremos a classe média e os setores produtivos para”…
Xingar, culpar, espezinhar e roubar!