“O Estado Babá” (Litteris, 2011), de David Harsanyi, critica o crescente intervencionismo estatal na sociedade norte-americana. O Livro serve de alerta às sociedades cuja interferência do Estado sobrepõe as liberdades individuais e o direito de escolha. Segundo o autor – que veio ao Brasil lançar o livro no seminário “Liberdade em Debate”, promovido pelo Instituto Millenium – nos EUA, há uma crescente onda de leis “politicamente corretas” que restringem os direitos dos cidadãos, muitas vezes passando despercebidas pela população.
No lançamento do livro, Harsanyi citou vários casos americanos de restrição à liberdade, ao direito de propriedade: “Em Nova Iorque você pode se reunir em um clube e fazer qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, mas nesses ambientes você não pode fumar. Não é uma infração sobre o fumo, mas ao direito individual, ao direito de propriedade.”
O escritor acredita que o governo tem a obrigação de responsabilizar as empresas na questão da transparência em relação à saúde, por exemplo, nos avisos nas campanhas de cigarro, mas Harsanyi critica a falta de limite de um Estado que vai além das suas obrigações e gasta (mal) o dinheiro do contribuinte agindo como uma babá da sociedade. E o pior resultado dessas ações de governo, além do prejuízo econômico em campanhas que não surtem efeitos práticos, é a restrição da liberdade.
“O proibicionismo é extremo nos EUA. A democracia nos permite focar na liberdade de escolha. E devemos considerar as orientações que nos permitem. Eu brincava em Nova Iorque e você se machucava na rua. Quando eu fui morar em Denver as crianças não iam brincar porque há uma preocupação extrema com segurança”.
A jornalista Mônica Waldvoguel perguntou ao escritor se o costume americano de legislar ferozmente sobre o consumo e a vida das pessoas influencia outros países como o Brasil e citou questões como a da a obesidade, de campanhas contra o fumo, e as questões afirmativas.
Com humor, Harsanyi disse que o Brasil deve continuar jogando futebol e não baseball, e que não deve copiar os que os americanos fazem: “Nós copiamos os europeus da mesma forma que vocês nos copiam. Apesar das restrições, eu ainda acho que nós somos um pais muito livre. Nós não sabemos o que é uma ditadura. Nós temos nossos problemas culturais e nossa forma de resolvê-lo de acordo com o liberalismo clássico. Estamos falando do problema que é o dogma, a ideologia. Só de o Brasil ter uma conferencia sobre o tema já é importante para a democracia.”
Harsanyi criticou ainda a censura no rádio e na TV e os termos politicamente corretos que restrigem a liberdade de expressão e acrescentou que: “O problema da (restrição) liberdade não tem a ver com direita ou esquerda, mas a justificação do paternalismo”.
Interessante que esse assunto comece a surgir nos EUA. Aposto que logo aparecerá um website convocando todo mundo para falar sobre a ideologia, a psicologia e a história da tutelagem. Realmente estamos precisando redescobrir o sentido da liberdade e responsabilidade individuais, totalmente a deriva neste novo milênio, e com um fascismo disfarçado se infiltrando por todos os poros através de normatização, legislação e quetais.
Legal David Harsanyi falar sobre liberdades individuais e o direito de escolha, dando exemplo do tabaco, tendo a logomarca da Souza Cruz no fundo.
Quem mais, se não a Souza Cruz, poderia co-patrocinar um Fórum que, entre outras coisas, trata do direito das pessoas de fazerem livre opção e uso do seu principal produto (que é comercializado legalmente)? Os burocratas bem-intencionados ou propositalmente mentirosos do Ministério da Saúde? José Serrá? Você, Mardonio? Pelo visto, não.
Citando o livro de Harsanyi:
“O FUMO É MAIS SAUDÁVEL QUE O FASCISMO”