Dois meses. Esse foi o prazo estimado pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) para a oposição apresentar a pauta pela qual se guiará nesta legislatura. Em se tratando de um dos principais líderes de um partido que já foi governo, 60 dias parecem uma eternidade.
Afinal, como legenda de oposição, o PSDB já deveria saber de cor os pontos dos quais discorda e ter em mãos um programa de aplicação imediata – capaz de indicar um caminho diferente daquele que o governo federal vem seguindo.
Não nos esqueçamos de que o PT, assim que Fernando Henrique Cardoso foi eleito para o segundo mandato, em 1998, já tinha prontas as faixas que levaria às ruas exigindo a saída do então presidente. O PSDB, não: perdido em problemas internos que parecem mais intermináveis do que o manto de Penélope, o partido nunca se encontrou.
Enquanto era governo, tinha dificuldade para se defender. Na oposição, tem dificuldades para atacar. E dá a impressão de não saber para onde caminha.
O figurino acima cabe, sim, nos tucanos em geral. Mas não serve no ex-governador de Minas Gerais. Em seu caso, esse pedido de prazo parece o primeiro lance de uma série de movimentos que têm um objetivo claro: fazer com que ele chegue a 2014 com chances de derrotar a presidente Dilma Rousseff, que muito provavelmente disputará a reeleição.
Não será tarefa fácil. Mas, ao contrário do PSDB, Aécio sabe muito bem aonde quer chegar. Escorado na aprovação retumbante de seus conterrâneos, ele tem a oferecer algo que sempre faltou ao governo passado: um modelo de gestão pública de eficácia reconhecida.
De agora para a frente, cada atraso de obra, cada meta não cumprida, cada erro gerencial do governo federal servirá de argumento para Aécio construir o que lhe faltou em 2010: uma imagem nacional capaz de sustentar uma candidatura viável.
O jogo só está começando e é cedo para saber se Aécio terá chances de derrotar Dilma ou qualquer outro nome lançado pela mais azeitada máquina eleitoral que o Brasil já conheceu: o PT.
Mas, como seu avô Tancredo Neves disse ao entrar na disputa presidencial, em 1985, “chegou a hora de os amadores darem lugar para os profissionais”. E profissional, Aécio é.
Fonte: Brasil Econômico, 02/02/2011
Vai ser dificil, pra começar ele vai ter de convencer milhões de eleitores do seu proprio partido e dos aliados, de que não foi traira em 2006 e 2010, missão quase impossível, digo isto porque acompanho varios blogs e redes sociais e vejo os comentarios que não são nada aprovativos para o traecio, meu conselho é de que ele permaneça em minas, se não quiser passar vergonha a internet vai ter um força extraordinaria nas eleições de 2014 e as promessas não são nada boas para ele.
A oposição brasileira assiste perdida a um partido instalar a maior estrutura de manutenção de poder já feita no país. Aparentemente irresistível, é no desprezo pela ética e na leniência com a corrupção, demonstrada mais uma vez no retorno dos mensaleiros, que reside a grande fraqueza do PT e sua cúpula. É esse o tema central em torno do qual Aécio deve reunir a flagelada oposição.