“Novos tempos exigem novo jornalismo.” Com essa frase, Rupert Murdoch, dono da News Corporation, um colosso empresarial que atua na área de comunicações, explicou na semana passada por que decidiu lançar o Daily, um jornal produzido especificamente para quem usa iPad, o dispositivo da Apple que, entre vários outros recursos, permite a leitura de arquivos eletrônicos de notícias.
Vários diários ao redor do mundo – inclusive no Brasil – que já existiam no papel anunciaram uma versão para o iPad. O Daily é o primeiro a ser veiculado exclusivamente na maquininha bem-sucedida da companhia de Steve Jobs.
No final do ano passado, Richard Branson, proprietário do grupo britânico Virgin, já havia criado a Project, uma revista mensal para usuários do iPad.
Ontem, a Aol – que já foi considerada a maior empresa de internet do mundo – fechou acordo para comprar, por US$ 315 milhões, o site americano de notícias The Huffington Post, que recebe 25 milhões de visitantes por mês e cuja audiência cresce 22% por ano.
Ainda não se sabe ao certo de que forma se pode transformar em dinheiro o crescente interesse por informação na rede mundial de computadores. As formas tradicionais de obter receita com publicidade ainda não demonstraram a mesma eficácia dos veículos impressos.
Pelas métricas convencionais, um jornal de papel que, comprovadamente, tivesse 25 milhões de leitores – como o The Huffington Post tem na web -conseguiria cobrar um bom preço pelas propagandas estampadas em suas páginas.
Embora a internet tenha um alcance muito maior do que os meios de comunicação tradicionais, a valorização financeira dessa audiência ainda é desproporcional em relação à dos veículos impressos e televisivos, por exemplo.
No Brasil, a inclusão de milhões de pessoas no mercado de consumo nos últimos anos traz uma formidável oportunidade para a indústria cultural oferecer informações, seja em que plataforma for, impressa ou virtual.
Fonte: Brasil Econômico, 08/02/2011
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