Ex-presidente do BC diz adota medidas pontuais para ‘trabalhar’ inflação
RIO – O ex-presidente do Banco Central e fundador da Gávea Investimentos, Arminio Fraga, se disse ontem preocupado com os riscos de o governo brasileiro acabar “escamoteando a realidade” da economia brasileira, no longo prazo, com medidas pontuais de controle de inflação. Ele citou subsídios aos combustíveis vendidos pela Petrobras e “possivelmente” as mudanças regulatórias no setor elétrico do país.
— Temos visto o governo adotar medidas pontuais que têm claramente como objetivo trabalhar o índice de inflação. Isso tipicamente provoca problemas macroeconômicos lá na frente, escamoteando a realidade — disse Arminio, para quem “há bastante tempo” a inflação está acima do centro da meta, de 4,5% ao ano.
Em discurso a empresários, após receber um prêmio do Ibef, Arminio disse que houve claras mudanças na condução da política econômica, que seria agora de “micromecanismos de administração e incentivo à demanda, especialmente ao consumo e ao emprego”.
Câmbio semifixo é prejudicial
Ele alertou para o risco de o governo não “entregar o desenvolvimento” que o Brasil precisa a longo prazo.
— Esse é o modelo que não tem conseguido viabilizar os investimentos que precisamos, principalmente na infraestrutura, que é uma emergência nacional. Mas estou falando que é um risco, não estou tirando uma conclusão. Estou torcendo para que dê certo.
Arminio listou uma série de intervenções que o governo realizou em setores da economia — como no bancário e no portfólio de investidores estrangeiros — para exemplificar a mudança da política do governo. E criticou incentivos fiscais.
— É um modelo que, usando incentivos descriminatórios, cria talvez mais distorções do que soluções — avaliou.
Para ele, existe menos comprometimento com o tripé econômico — equilíbrio fiscal, metas de inflação e câmbio flutuante. No câmbio, área em que houve recentes intervenções, Arminio disse que regimes “semifixos” de taxa são prejudiciais para o setor privado, que fica sem saber “muito bem do que tem ele que se proteger”.
— Espero não estarmos indo nessa direção. Mas é prematura qualquer conclusão sobre o abandono do tripé. Qualquer governo que não consiga controlar a inflação vai pagar um preço político enorme.
Procurados, o Ministério da Fazenda e o BC não comentaram as declarações.
Fonte: O Globo, 28/11/12
“…o Ministério da Fazenda e o BC não comentaram as declarações”. Comentar o quê? Qualquer coisa que esses-aí comentem cai o pano dessa peça tragicômica chamada braziu!
“Qualquer governo que não consiga controlar a inflação vai pagar um preço político enorme.”
Uma frase q denuncia que Fraga não é economista. Se fosse, saberia que inflação é produzida pelo proprio governo e consiste de emissão de dinheiro do mais puro papel nos porões do Banco Central ao comando do governo. equer combater a inflação de verdade, é sóparar as impressoras. Equilibrio fiscal e controle cambial, são apenas cosequecias da intervenção do governo nos negócios, o que significa que a ideia é buscar uma ordem social que esteja longe da economia de mercado, ou capitalismo, assim como do socialismo. Mas na verdade só faz é se afastar daquele e se aproximar deste. O resto só meras sequelas desta escolha insensata. A sedução pelo estatismo, pelo governo supremo, tenta esquecer a supremacia do consumidor, trocando pela supremacia do governo. Nunca vai dar certo.