Ex-economista do FMI, indiano divulga medidas para abrir o setor bancário do país e expandir o acesso das áreas rurais ao crédito
O ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Raghuram Rajan, assumiu nesta quarta-feira a presidência do Reserve Bank of India (RBI, o banco central da Índia), e já anunciou importantes reformas no sistema financeiro do país que, assim como o Brasil, teve sua moeda derrubada ante o dólar ao longo dos últimos meses.
Rajan, que também é PhD em Economia pela Massachusetts Institute of Technology (MIT) e foi professor da Universidade de Chicago, anunciou algumas medidas para promover a abertura do sistema bancário, que permanece nas mãos do governo desde a independência do país, em 1947.
Na Índia, instituições financeiras precisam de autorização do estado para abrir agências. Bancos estrangeiros também precisam passar por um árduo processo burocrático para operar no país e sua expansão é limitada devido à dificuldade de abrir novas agências.
A intenção de Rajan é fazer com que os serviços bancários cheguem a áreas rurais do país. Ele também pretende desburocratizar a concessão de crédito para agricultores e pequenas empresas, além de reduzir os requisitos para que os bancos invistam em títulos do governo e liberem linhas a juros menores para o setor produtivo.
Em seu pronunciamento na tarde desta quarta-feira, Rajan afirmou que leva em consideração os riscos de uma abertura do sistema bancário. “Isso envolve uma mudança considerável. E mudar é arriscado. Mas, conforme a Índia se desenvolve, não mudar pode representar um risco ainda maior”, afirmou o novo chefe da autoridade monetária do país.
Rajan era o principal economista do FMI quando eclodiu a crise financeira. Também foi um dos poucos a alertar para o estouro de uma bolha no setor imobiliário ao publicar um estudo, ainda em 2005, que detectava problemas na economia global.
Em entrevista ao site de Veja em 2011, Rajan afirmou que o Brasil precisava investir em produtividade para que sua indústria se tornasse competitiva sem depender da oscilação do câmbio.
Fonte: Veja
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