Em um recente almoço com amigos, entre línguas ensopadas e linguados grelhados, discorremos sobre algumas coisas indigestas para nós liberais.
Contei da minha viagem a Cuba e do que observei nos restaurantes de lá, dos mais simples aos mais sofisticados. Depois dos pedidos feitos, invariavelmente, os garçons serviam os pratos certos para as pessoas erradas. Sempre traziam o que havíamos pedido, mas nunca sabiam quem havia pedido o quê. Eu disse a um dos amigos que isso era a comprovação material de uma afirmação que ele havia feito de que para os comunistas ou socialistas, o coletivo é concreto e o indivíduo, uma abstração.
Sim, os garçons comunistas, o maitre e o chefe sabiam o que o grupo pedira, mas não conseguiam ligar cada pedido ao indivíduo que fez o pedido.
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O comunismo e seu parente próximo mais moderado o socialismo não foram feitos para melhorar a vida das pessoas.
Melhorar a vida dos negros? Bobagem.
Melhorar a vida das mulheres? Bobagem.
Melhorar a vida de LGBT… no comunismo ou no socialismo? Bobagem.
Melhorar a vida dos pobres? Bobagem.
Melhorar a vida das pessoas comuns, sejam elas quem forem? Bobagem.
O comunismo e o socialismo são sistemas político-econômicos baseados exclusivamente na coerção, estabelecida por um grupo de selvagens dirigentes do partido, assistido pela burocracia que vive no seu entorno querendo escalar. Os dirigentes do partido só querem o poder para espoliarem negros, mulheres, LGBTs, homens, velhos e crianças igualmente.
Não adianta dizer que a impossibilidade do cálculo econômico no comunismo ou no socialismo leva-os ao fracasso.
O fracasso econômico chega primeiro nos explorados, a estrutura estatal se adapta para sobreviver e seguir explorando o que restar. Não adianta dizer que o comunismo e o socialismo são imorais. É claro que são, mas seus dirigentes sabem disso e exatamente por serem assim, é que eles se adonam do poder. Não adianta dizer que o comunismo e o socialismo empobrece as pessoas, dirigentes de partidos comunistas e socialistas matam pessoas, que diferença fará para eles o empobrecimento daqueles que eles estão dispostos a matar?
Não estou dizendo que isso tudo não deve ser dito, deve! Porém, dificilmente isso vai sensibilizar os irracionais selvagens que defendem o coletivismo estatista, aqueles que acreditam que o coletivo é concreto e o indivíduo, uma mera abstração, como ficou provado em Havana em alguns almoços e jantares…
Fonte: “Instituto Liberal”, 23/05/2018