Apenas 24% apoiam manutenção do privilégio para políticos com mandato e juízes
Sete em cada dez eleitores do Brasil defendem o fim do foro privilegiado para políticos com mandato e juízes, de acordo com uma pesquisa feita pelo Instituto Datafolha nesta quarta-feira. Apenas 24% dos entrevistados são a favor da manutenção do privilégio, enquanto 6% dos participantes disseram não saber qual a melhor saída sobre a questão.
De acordo com a pesquisa, as pessoas com maior nível de escolaridade tendem a ser mais contrárias ao foro privilegiado. Entre os entrevistados com nível superior, 82% rejeitam o dispositivo. Entre os que terminaram o Ensino Médio e que estudaram até o Ensino Fundamental as taxas de rejeição são de 74% e 57%, respectivamente.
Os homens também são mais contrários ao foro privilegiado. 75% dos deles rejeitam o dispositivo, enquanto entre as mulheres a taxa é de 66%.
No país, a região Sul é onde está a maior parte dos eleitores contra o fim do foro privilegiado: 75%. Em seguida, vem Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste e Norte, com taxas de rejeição de 74%, 64% e 61%, respectivamente.
Entre os eleitores menos empenhados em ver o fim da prerrogativa estão os simpáticos ao PMDB, partido do presidente Michel Temer: 62%. A maior rejeição ao foro privilegiado está entre os eleitores do PSOL: 79%.
Segundo a lei atual, somente o Supremo Tribunal Federal (STF) pode investigar e processar deputados, senhados e ministros, por exemplo. Já o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) investiga e julga governadores.
Um projeto que foi aprovado na semana passada na Comissão de Constituição e Justiça do Senado prevê o fim do foro para as autoridades. De acordo com a proposta, elas passariam a ser investigadas e processadas na primeira instância da Justiça. Antes de virar lei o texto precisa ainda passar pelo plenário da Casa e também na Câmara.
Fonte: jornal “O Globo”
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