A ANP anunciou na segunda-feira que 64 empresas das 72 inscritas estão habilitadas para 11ª Rodada de Licitações, que está previsto para maio. Esse recorde de empresas habilitadas é um sinal de como perdemos investimentos, deixamos de gerar empregos e de estimular a indústria local nos últimos cinco anos desde o último leilão. É evidente que a cadeia de fornecimento do setor de petróleo teria sido muito mais desenvolvido não apenas com o monopsônio da Petrobras e sim com muitas empresas que poderiam ter entrado ou expandido suas operações.
Inclusive, duas empresas de exploração de petróleo brasileiras, a OGX e a HRT, foram bastante prejudicadas com o fechamento do mercado. Ambas poderiam ter tido oportunidade de investirem em outras bacias em busca por petróleo, diversificando seus investimentos, especialmente a HRT. Recentemente, a HRT quase perdeu a habilitação como operadora “A” por não explorar blocos marítimos ultra-profundos. A Diretora-Geral da ANP, Magda Chambriard, chegou a dizer que não estava segura da experiência da empresa, pois só agora ela começa a explorar a costa da Namíbia. No caso da OGX, a ausência de leilões prejudicou a sua diversificação de risco, concentrando toda a expectativa na produção nos campos de Tubarão Azul e Tubarão Martelo. A frustração com os campos foi o detonador do processo de questionamentos e de desvalorização da empresa. Se a discussão que se arrasta até hoje sobre o novo Modelo de Partilha para o Pré-Sal não tivesse levado a tanto tempo perdido, o Brasil não teria saído da rota do investimento à qual agora pode finalmente retornar.
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