A agência de classificação de risco Standard & Poor’s confirmou o rating de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil em “BBB-“, apesar do cenário desafiador para país, e manteve a perspectiva estável, por conta da mudança de rumo na condução da política econômica no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.
Segundo a agência, a perspectiva estável reflete a expectativa de que a politicamente difícil correção de rumo em curso continuará angariando apoio da presidente Dilma Rousseff, e, finalmente, do Congresso, e gradualmente irá restaurar a credibilidade política e abrir caminho para perspectivas de um crescimento mais forte nos próximos anos.
“Em uma reversão da política de seu primeiro mandato, a presidente encarregou sua equipe econômica de desenvolver um ajuste acentuado nas diferentes políticas – não só fiscal – para restaurar a credibilidade perdida e fortalecer os perfis fiscal e econômico do Brasil que agora estão mais fracos”, disse a agência, acrescentando que o rebaixamento da nota brasileira no ano passado já incorporava um cenário mais difícil este ano.
“O rebaixamento do Brasil em 2014 incorporou nossas expectativas por crescimento e trajetórias fiscais mais fracas do que em anos recentes, com o governo tendo menos espaço para manobras em meio a choques econômicos. Ele também incorporou a expectativa de que uma segunda administração de Rousseff seria marcada por um histórico contínuo de políticas mistas e inconsistentes”, disse a S&P, em nota.
A S&P avalia que levará algum tempo para se corrigir os efeitos das manobras fiscais “maiores que o esperado” feitas em 2014, em meio a um cenário de contração econômica que é agravado pelos efeitos da investigação de um esquema de corrupção na Petrobras.
No entanto, a S&P cita a mudança na condução da política econômica para fortalecer o compromisso com a política fiscal e remover diversas distorções econômicas, incluindo a repressão de preços administrados.
A expectativa da S&P para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2015 é de retração de 1%, passando para crescimento de 2% em 2016 e de 2,3% em 2017. “A provável contração deste ano reflete o impacto dos apertos fiscal e monetário, uma queda no investimento da Petrobras e sua cadeia de fornecimento do setor de construção, e apoio limitado das exportações líquidas em curto prazo”, esclareceu a agência.
Fonte: O Globo.
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