É possível que, na trajetória de uma empresa, seja necessário buscar um empréstimo em um banco ou em uma financeira. O problema é que nem sempre os acordos são tão favoráveis ao empreendedor. O tempo para quitar a dívida pode ser pequeno e os juros, altos. Pedir dinheiro emprestado pode se tornar um problema em vez de uma solução.
Uma alternativa a este cenário é a startup F(x) – lê-se éfe de xis – , que ajuda negócios que faturam pelo menos R$ 30 milhões por ano a conseguir empréstimos em melhores condições.
A F(x) surgiu oficialmente em abril de 2015 e facilita o contato entre empreendedores e bancos e financeiras de médio porte. O funcionamento da plataforma tem similaridades ao aplicativo de relacionamentos Tinder. Quem precisa de dinheiro faz cadastro no site da empresa e informa o valor desejado do empréstimo e as condições de pagamento.
Do outro lado, as instituições financeiras parceiras também têm suas preferências de valor de empréstimo e de que tipo de empresa pretendem ajudar, entre outros fatores. “O banco pode não querer emprestar dinheiro a negócios de um determinado setor, ou que estejam mal financeiramente, por exemplo”, diz Dan Cohen, cofundador da F(x).
Se o perfil do empresário estiver de acordo com o que as instituições financeiras buscam, a negociação pode começar. Ou, no linguajar do Tinder, há um match.
Depois disso, o empreendedor recebe propostas de todos os bancos que oferecem o que ele precisa. Até aí, o serviço é grátis. Para fechar o empréstimo, deve-se negociar diretamente com a instituição financeira que preferir. Quando as tratativas diretas começam, a F(x) cobra R$ 10 mil.
A partir deste momento, os empreendedores ganham o acesso à ferramenta e não precisam pagar mais nada, mesmo que precisem de outro empréstimo, por seis meses.
Além do pagamento que dá direito a fazer negociações diretas com os bancos, a F(x) cobra 2% do valor total do empréstimo, caso ele seja concedido.
De acordo com o fundador da startup, os pagamentos à F(x) são pequenos em comparação ao faturamento das empresas. Além disso, os empréstimos têm condições mais favoráveis que os encontrados fora da F(x), o que torna o negócio vantajoso para o empreendedor.
Segundo Cohen, a F(x) não tem parceria com nenhum dos grandes bancos de varejo do Brasil. São cerca de 50 bancos e financeiras de médio porte. A intermediação da F(x), segundo o fundador da empresa, faz com que estes parceiros não precisem buscar e prospectar clientes, o que diminui custos e permite taxas de juros menores.
Além disso, só entram na F(x) os parceiros que aceitarem receber o valor integral da dívida em, no mínimo, 18 meses, prazo maior que a média pedida pelos bancos de maior porte. “Nós queremos não só intermediar o contato entre as partes, mas fazer com que o empréstimo não se torne uma ‘bola de neve’ para o empreendedor”, afirma Cohen. A startup não oferece nenhum tipo de garantia para o negócio.
A F(x) não revela o nome das instituições financeiras parceiras por razões estratégicas, mas diz que nenhuma delas está envolvida em escândalos de corrupção.
O faturamento da empresa tampouco é revelado. No entanto, Cohen afirma que o valor de empréstimos fechados desde que a empresa foi aberta é de R$ 40 milhões e que, neste momento, 50 empresas têm o direito de negociar diretamente com as instituições financeiras por terem pagado os R$ 10 mil da “taxa de sucesso”.
Fonte: Revista “Pequenas empresas & grandes negócios”, 22 de janeiro de 2016.
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