O Brasil despencou mais seis posições no ranking que avalia a competitividade dos países. De uma lista de 138 países, o Brasil aparece na 81ª colocação este ano, o que significou uma queda de seis posições em relação à edição do estudo de 2015. Trata-se da pior posição do país nos últimos 20 anos. Desde 2012, quando atingiu sua melhor posição — 48ª — o Brasil despencou 33. Os dados constam do Relatório Global de Competitividade 2016-2017, divulgado nesta terça-feira pelo Fórum Econômico Mundial em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC).
“Esta posição coloca o país abaixo de alguns de seus principais concorrentes e aponta para um agravamento da desaceleração do crescimento e da produtividade, indicando uma recessão de 4,5% do PIB (Produto Interno Bruto) para 2016”, destaca o Relatório Global de Competitividade 2016-2017, no capítulo que trata do Brasil.
Apesar de as condições externas, com o acirramento de sentimentos nacionalistas decorrentes das ondas migratórias e uma inclinação maior dos países a deixar suas economias menos abertas, Carlos Arruda, professor da FDC e coordenador da pesquisa no Brasil, vê uma perspectiva de melhora para o Brasil a partir de 2017.
— Já prevíamos no ano passado que o país voltaria a perder posições e agora chegamos ao fundo do poço. O que de certa forma é uma boa notícia, pois a tendência é que as empresas voltem a investir, a despeito das condições adversas internacionalmente — diz ele.
Segundo Arruda, caso o governo consiga avançar em agendas como a fixação do teto de gastos, a reforma da previdência, a modernização de marcos regulatórios e a retomada das concessões de infraestrutura, a retomada da produtividade das empresas brasileiras se dará num ritmo mais acelerado.
— Vai demorar um pouco para recuperarmos as posições perdidas, mas a direção está correta — diz.
O preço para o país, neste momento, destaca o relatório do Fórum Econômico Mundial, em função da menor sofisticação dos negócios, do baixo grau de inovação é um distanciamento significativo dos demais países do grupo do BRICs — que, além do Brasil, inclui China, Rússia, Índia e África do Sul — e também dos integrantes do G20.
No ranking de competitividade 2016-2017, a China aparece na 28ª posição, à frente da Índia, na 39ª, e da Rússia, a 43ª.
Entre os parceiros latino-americanos, o Chile é o mais bem colocado, no 33º lugar, seguido do México, no 51º, a Colômbia, em 61º, o Peru, 67º, e o Uruguai, 73º. Nesse grupo, o Brasil está à frente apenas da Argentina, na 104ª posição, e da Venezuela, que está na 130ª posição.
Suíça, Cingapura e Estados Unidos ficaram, respectivamente, no primeiro, segundo e terceiro lugar, repetindo o mesmo ranking do ano passado.
Fonte: O Globo.
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