O Brasil ficou na penúltima posição em um ranking de competitividade que inclui 18 países, de acordo com estudo feito anualmente pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O levantamento compara nove critérios que influenciam a capacidade de uma empresa brasileira competir com uma companhia estrangeira. O ranking é liderado pelo Canadá, seguido por Coreia do Sul e Austrália. O país só ficou à frente da Argentina.
De 2015 para 2016, o Brasil piorou em quatro desses indicadores: disponibilidade e custo de mão de obra; ambiente macroeconômico; competição e escala do mercado doméstico; e tecnologia e inovação. O Brasil se manteve estável nos critérios disponibilidade e custo de capital; infraestrutura e logística; peso dos tributos; e ambiente de negócios.
A boa notícia do estudo é que o País melhorou sua posição no fator educação, saindo da 10ª para a 9ª posição nesse quesito. De acordo com a CNI, os gastos com educação foram o motivo desse desempenho. No ano passado, o Brasil destinou 6,4% do PIB para a educação, volume inferior apenas ao da África do Sul, que reservou 7,3% do PIB para este fim. Dos nove critérios abordados, é na educação que o País registra a melhor posição.
No quesito disponibilidade e custo de mão de obra, o Brasil caiu da 5ª para a 11ª posição, influenciado pelo aumento do desemprego. Também pesaram contra o País a baixa produtividade do trabalho e o alto custo da mão de obra.
No fator ambiente macroeconômico, o Brasil recuou do 15º para a 17º lugar, também na penúltima posição. Os motivos foram a inflação elevada, o aumento da dívida bruta, os juros altos e a baixa taxa de investimentos.
No critério competição e escala do mercado, o País saiu da 10ª para a 12ª colocação, em razão da recessão econômica e a consequente diminuição do consumo das famílias. Também influenciaram nesse desempenho a baixa concorrência no mercado interno e as altas tarifas alfandegárias aplicadas pelo governo.
No subitem tecnologia e inovação, o Brasil foi do 9º para o 11º lugar, devido à queda dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento e à redução da capacidade de inovação das empresas brasileiras.
O Brasil permanece na última colocação no quesito disponibilidade e custo de capital, em razão dos altos custos e a baixa disponibilidade de recursos. Entre os 18 países, o Brasil teve a maior taxa de juros real de curto prazo (11%) e o maior spread bancário (31,3%). Dos nove critérios abordados, este é o que o País está na pior colocação.
No fator infraestrutura e logística, o Brasil ficou com a 15ª posição, com as piores avaliações em todos os modais de transporte, como rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. A rede de telecomunicações foi a única bem avaliada. No critério tributos, o Brasil permaneceu na 16ª posição. Embora a receita total com impostos tenha se mantido estável no País, com 21% do PIB, houve queda na Rússia, México e China.
No subitem ambiente de negócios, o Brasil continuou na 17ª posição, devido a avaliações ruins em relação à eficiência do Estado, segurança jurídica, burocracia e relações de trabalho.
Para a CNI, a melhora da competitividade da economia brasileira depende da recuperação da estabilidade econômica e da aprovação de reformas previdenciária e trabalhista. Apesar da aprovação de um teto para o crescimento dos gastos do governo, a entidade cobra a mesma medida para os Estados e municípios.
Desde que o levantamento começou a ser realizado, em 2012, o País nunca conseguiu sair do penúltimo lugar. Integram o ranking outros 17 países com economias similares, como África do Sul, Argentina, Austrália, Canadá, Chile, China, Colômbia, Coreia do Sul, Espanha, Índia, Indonésia, México, Peru, Polônia, Rússia, Tailândia e Turquia.
Fonte: “O Estado de S. Paulo”.
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