Neste ano de 2017 o brasileiro trabalhará 153 dias para pagar tributos — ou cinco meses e dois dias. E, para agravar ainda mais a situação, a corrupção consumiu 29 dias de trabalho de cada um dos cidadãos brasileiros.
O cálculo da corrupção apresentada no estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) foi realizado com base no resultado do Projeto Lupa nas Compras Públicas, que monitora todas as compras realizadas pelos órgãos governamentais federais, estaduais e municipais e cruza o valor pago pelos governos com o preço da mesma mercadoria ou serviço comprado pelas empresas.
“Assim, determinou-se que cada brasileiro trabalhou 29 dias este ano só para pagar os rombos causados pela corrupção no país”, informa o presidente do Conselho Superior e Coordenador de Estudos do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral.
No que diz respeito ao número de dias trabalhados para pagar impostos em 2017, o tempo é o mesmo do ano passado, que foi ano bissexto. A estimativa é que 41,80% de todo o rendimento ganho está sendo destinado aos cofres públicos.
A pesquisa mostra ainda que o peso dos impostos nos rendimentos, como salários e honorários, por exemplo, aumentou muito nos últimos anos, sendo que na década de 70, eram trabalhados, em média, dois meses e 16 dias; na década de 80, dois meses e 17 dias; e na década de 90, três meses e 12 dias. “Ou seja, hoje se trabalha o dobro do que se trabalhava na década de 70 para pagar a tributação”, diz o especialista do IBPT.
Ao comparar a quantidade de dias necessários para pagar impostos, taxas e contribuições de 27 países, o estudo do IBPT elenca o Brasil na 8ª posição, atrás da Noruega, onde os cidadãos têm de trabalhar 157 dias para pagar tributos. Para o presidente do IBPT, João Eloi Olenike, a diferença entre Brasil e Noruega é que neste último a população tem retorno dos tributos em forma de saúde, transporte, educação, qualidade de vida e pode usufruir, de fato, dos serviços públicos, o que é muito diferente da nossa realidade: “aqui pagamos muito e não temos quase nenhum retorno”.
Veja abaixo o ranking:
– Dinamarca = 176 dias
– França = 171 dias
– Suécia = 163 dias
– Itália = 163 dias
– Finlândia = 161 dias
– Áustria = 158 dias
– Noruega = 157 dias
– Brasil = 153 dias
– Hungria = 142 dias
– Argentina = 141 dias
– Bélgica = 140 dias
– Alemanha = 139 dias
– Espanha = 138 dias
– Islândia = 135 dias
– Reino Unido = 132 dias
– Eslovênia = 131 dias
– Canadá = 130 dias
– Nova Zelândia = 129 dias
– Israel = 125 dias
– Japão = 124 dias
– Irlanda = 122 dias
– Suíça = 122 dias
– Coreia do Sul = 109 dias
– EUA = 98 dias
– Uruguai = 96 dias
– Chile = 94 dias
– México = 91 dias
Fonte: Contas Abertas.
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