O presidente eleito, Jair Bolsonaro, recebe nesta quarta-feira uma nova leva de líderes partidários no prosseguimento de negociações mirando a governabilidade a partir de primeiro de janeiro. Bolsonaro já declarou inúmeras vezes que seu governo não se pautará por alianças partidárias, mas sim com bancadas e pautas de interesse. “Eu posso não saber a fórmula do sucesso, mas a do fracasso é essa que foi usada até o momento”, disse ontem.
Ainda assim, não se pode virar as costas para os partidos uma vez que o futuro governo precisa aprovar com celeridade reformas tidas como fundamentais, como a da Previdência. Bolsonaro recebe hoje líderes do PR e do PSDB para tratar da pauta parlamentar de 2019. Ontem, recebeu líderes do MDB e do PRB, que declararam independência com o futuro governo. Baleia Rossi (MDB-SP), disse que seu partido terá “responsabilidade” de aprovar as medidas que forem benéficas ao país.
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Em meio a estas negociações, Bolsonaro afirmou, ontem, que a tendência é que a reforma da Previdência seja “fatiada”, com aumento de idade mínima de dois anos, mantendo a diferença salarial entre homens e mulheres. Segundo EXAME apurou, a equipe econômica do futuro governo trabalha com a hipótese de aprovação da nova idade mínima até março, e de discussões sobre novo regime de capitalização provavelmente no início de 2020.
É uma realidade menos ambiciosa que os sonhos liberais da campanha, mas o reconhecimento de uma realidade difícil no Congresso. Políticos de partidos alinhados à esquerda, como o PSB, reconhecem a importância de aprovação de um novo regime de aposentadorias, mas têm dito que é fundamental ao novo governo acertar não só no “conteúdo”, como na “forma”. A pauta, não custa lembrar, é fiscalmente essencial, mas impopular.
Na segunda-feira, o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou que a pauta não pode ser debatida de forma apressada. Flávio Bolsonaro, senador eleito pelo Rio, disse que a Previdência não será “o primeiro ato” da nova gestão. Se não for o primeiro, analistas e investidores gostariam muito que fosse ao menos o segundo.
Fonte: “Exame”
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