Governos que não conseguem lidar com críticas veiculadas pela imprensa prestam um desserviço à evolução da liberdade de imprensa na América Latina. Esse parece ser o caso do governo da presidente Cristina Kirchner, da Argentina, como é possível avaliar na matéria abaixo, publicada em “Veja.com”:
“A presidente argentina, Cristina Kirchner, defendeu a nacionalização da imprensa do país em discurso nesta terça-feira. “Às vezes penso se não seria importante nacionalizar – não estatizar – os meios de comunicação para que adquiram consciência nacional e defendam os interesses do país – não os do governo”, afirmou Cristina, durante uma inauguração em Mercedes, na província de Buenos Aires. segundo o jornal Clarín.
Esta não é a primeira vez que ela aproveita um evento oficial para atacar a mídia. A presidente é acusada de tentar controlar a imprensa, com medidas que prejudicam os principais jornais da Argentina.
Cristina lamentou que a imprensa critique as baixas taxas de crescimento da país quando, segundo ela, os “meios foram cúmplices da política de entrega do patrimônio nacional, promovida por governos anteriores”. A presidente disse ainda que em outros países a imprensa não faz esse tipo de crítica aos governos.
Ainda de acordo com a Cristina, a economia do país está indo ‘melhor do que nunca’. Ela defendeu o aumento de gastos públicos durante a crise e o uso de reservas do Banco Central para pagar a dívida externa.
Histórico – A relação de Cristina com a mídia tem sido conflituosa. A presidente trava uma batalha contra os jornais Clarín e La Nación, os quais acusa de adquirir a principal fábrica de papel do país no início da ditadura militar, em 1976, após os donos da companhia serem torturados. O objetivo do governo é acabar com a participação dos periódicos na Papel Prensa.
Além disso, o governo tenta levar a presidente do grupo Clarín, Ernestina Herrera de Noble, de 85 anos, à prisão, levantando a suspeita de que seus filhos adotivos tenham sido sequestrados de pessoas desaparecidas durante a ditadura.”
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