O Brasil atingiu a 73ª posição no ranking do Índice de Percepção de Corrupção 2011 (IPC), divulgado recentemente pela ONG “Transparency International”. O país, que este ano atingiu nota 3.8, caiu na listagem de posições se comparado ao resultado do ano passado (69ª). O motivo aparente é a ascensão de outros países e a entrada de outros no ranking.
O cientista político José Álvaro Moisés criticou o resultado brasileiro: “O índice não se altera com relevância há alguns anos. É uma expressão consolidada do ponto de vista da sociedade e de especialistas sobre a situação da corrupção no país. A nota 3.8, em uma escala de 0 a 10, onde 0 significa que um país é visto como extremamente corrupto e 10, percebido como livre de corrupção, é muito baixa. É um reflexo do que aconteceu no passado e do que vem acontecendo ao longo deste ano.”, analisa.
Para o historiador Marco Antonio Villa, o grande motivo da baixa avaliação no Brasil é o poder Judiciário: “Esse resultado é pavoroso, representa bem a situação do país. Poderíamos estar em uma posição muito melhor se as instituições democráticas do Estado funcionassem como deveriam. O indicador revela a impunidade às vistas da sociedade. Se nós tivéssemos uma efetiva punição aos malfeitores, estaríamos mais bem colocados. O Judiciário, não cumprindo seu papel, se torna o principal combustível desse resultado.
O IPC é baseado em dados de 13 instituições, como o Banco Mundial e o Fórum Econômico Mundial, que medem a percepção entre empresários, investidores e a população. De acordo com a BBC Brasil, não é possível mensurar o nível de corrupção em si, uma vez que apenas parte das irregularidades veem à tona por meio de escândalos na imprensa, por exemplo.
Veja no gráfico abaixo as posições do Brasil no IPC 2001-2011:
Fonte: BBC, Instituto Millenium e ONG Transparency
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