A balança comercial de petróleo e derivados apresentou um superávit volumétrico de 18 milhões de barris equivalentes de petróleo (bep) no primeiro trimestre de 2010, contra 7,5 milhões de bep registrados no mesmo período de 2009.
Contribuiu para a melhora do superávit o crescimento de 19,2 milhões de bep entre os dois períodos, resultado obtido graças ao aumento de 37,3% na exportação do petróleo e à queda de 10,6% na sua importação.
Esse crescimento contrabalançou o resultado negativo da balança de derivados, que apresentou um aprofundamento de 8,8 milhões de bep em seu déficit em relação ao ocorrido no primeiro trimestre de 2009, em função do crescimento de 67,5% nas importações e um crescimento de 25,1% nas exportações.
A balança comercial monetária, por sua vez, registrou um saldo positivo de US$ 248,6 milhões no primeiro trimestre deste ano, conseguido através do superávit de US$ 1,4 bilhão nas contas de petróleo, frente a um déficit de US$ 1,1 bilhão na balança dos derivados.
O resultado contrasta com o saldo negativo da balança de US$ 442,8 milhões no primeiro trimestre de 2009, quando houve um déficit comercial de petróleo de US$ 449,9 milhões.
A África e o Oriente Médio representaram 90% das importações brasileiras de petróleo. No trimestre, 65,92% do petróleo importado pelo Brasil teve como origem a Nigéria, que respondeu por 74% do petróleo africano importado.
Em segundo vem a Arábia Saudita, com 13,2%. Do total das nossas exportações, 50% tiveram como destino a Ásia. A China foi responsável por 83,3% das exportações para a Ásia ou 42,6% do total das exportações brasileiras.
Na evolução dos gastos com importações de derivados, os combustíveis que obtiveram recuperação mais expressiva após a crise econômica foram o GLP, com 365%, a nafta, com 305% e o óleo diesel, com 198%.
O QAV e os lubrificantes tiveram recuperações mais modestas, 60% e 10% respectivamente. Os resultados do primeiro trimestre de 2010 confirmam a tendência a consolidação da nafta como principal combustível importado pelo Brasil, ocupando o lugar que antes era do diesel.
Também aumentaram as participações nas importações do GLP e gasolina. Os lubrificantes e o QAV tiveram participações reduzidas.
Nas exportações, aumentaram os ingressos com o bunker e com combustíveis para aeronaves, que registraram, respectivamente, variações de 76,6% e 51,4%.
Quanto à participação dos combustíveis na pauta de exportação, o óleo combustível, o bunker e o combustível para aeronaves foram os principais componentes.
Com os resultados da balança comercial de petróleo e derivados, o Brasil aumentou sua autosuficiência volumétrica em petróleo e derivados.
No primeiro trimestre de 2009, para um consumo aparente de 329,4 milhões de bep de petróleo e derivados, o país teve um superávit volumétrico de 7,5 milhões de bep, acarretando um grau de independência de 2,3%.
Já no primeiro trimestre, com um consumo aparente de 328,3 milhões de bep, o superávit de 18 milhões de bep na balança permitiu ao país alcançar um grau de independência de 5,5%.
Fonte: Jornal “Brasil Econômico” – 08/07/10
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