Um dos maiores entraves ao crescimento econômico e a distribuição de renda em nosso país tem sido os elevados custos relativos à burocracia. Em um estudo recente realizado pela Fiesp, foi levantada uma estimativa de que o custo anual da burocracia, nas empresas brasileiras, é da ordem de R$ 46,3 bilhões. Vale destacar que grande parte desses custos é devido ao complexo sistema da arrecadação tributária, que se constitui de dezenas de impostos atrelados a um emaranhado de regras que os regem. Como conseqüência desse elevado grau de burocracia temos um estado com pouca flexibilidade gastando muito e alocando de forma ineficiente os seus recursos, por um lado, e a sociedade privada elevando o grau de informalidade e reduzindo a sua participação no volume de investimentos, por outro.
Em um ano de eleições há que se pensar sobre uma revisão do papel do Estado, começando por um comprometimento de redução de sua desnecessária elevada participação, o que feito de forma correta resultaria na redução de seus gastos e da concomitante redução da arrecadação tributária, sem comprometimento das metas fiscais de superávits primários (que devem ser rigidamente observadas). Se, além disso, forem feitos significativos esforços no intuito de se reduzirem os custos relativos à burocracia (bem como outros custos, tais como os que são decorrentes de corrupção e de outros vícios decorrentes de uma participação de um estado grande e engessado), teríamos, como resultado, uma maior participação do setor privado, que, em resposta aos incentivos corretos, impulsionariam os níveis de investimentos e assim poderíamos, então, retomar um ritmo de crescimento econômico consistente.
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