Recentemente fui acusado – por um grande amigo – de ter sido petista. De pronto revidei: “jamais fui petista, posso ter votado uma única vez na esperança de moralizar a política. Mas foi a primeira e última, e tenho orgulho de nunca ter votado em Lula!”.
Muito curiosa é a forma que as pessoas enxergam nossas posições. Pela minha formação moral e familiar, jamais teria a menor afinidade com um partido como o PT. Primeiro porque tenho sangue e formação militar; segundo que prezo o trabalho como mola mestre da sociedade, com um alicerce meritocrático, e sempre pensei assim! Terceiro que tenho como valor absoluto, a Lei – mesmo que discorde dela -, portanto busco cumpri-la. Apesar do partido em questão abocanhar a alcunha do trabalho, o que menos se vê é trabalhador propriamente dito naquela agremiação.
Tenho amigos petistas, nunca deixei de tê-los. Muitos, inclusive, não gostarão deste texto. Mas minha verve nunca se importou com opiniões divergentes, sustento e assumo tudo o que digo e que faço – pena que não posso dizer o mesmo dos dirigentes daquela sigla -, e é justamente mais um motivo para me distanciar ainda mais dessa trupe.
Votei, 12 anos atrás, no candidato do PT à eleição estadual. Era, a meu ver, o “menos pior”. Afinal, o candidato da situação era muito ruim. Votei eu, mais um montão de amigos que tentávamos dar um ar de renovação. Como otários fomos! O meliante entrou e fez tudo de pior nos quesitos morais e éticos – qualquer semelhança com o representante do planalto, não é mera coincidência.
Oras, valores morais e éticos não se mudam, pelo contrário, apenas se aprimoram, é para a frente que se anda! Se conluios espúrios existiram – e ainda existem -, é porque isso já estava enraizado na índole dos protagonistas políticos. Eu, por exemplo, jamais vou defender assassinos e ditadores, faz parte da minha alma libertária. Nunca roubei, não sou perfeito – pelo contrário -, mas creio que vergonha na cara seja obrigação! Relativismo moral é para pessoas sem caráter, sem opinião firmada e honesta.
Eu relevo uma ínfima parcela do PT, que realmente acreditou na defesa de uma bandeira ética, mas não dá para levar a sério quem ainda milita abertamente na defesa de corruptos, que abraça e tira fotos com larápios, sorrindo da desgraça alheia. E isso independe de partido, deveria ser a regra de alguém probo!
Ao levantar a defesa dos valores democráticos, da livre concorrência e das liberdades individuais, buscamos um norte. Aprendemos com os erros, maximizamos acertos. Faço parte dos 5% que ainda não se embriagaram na popularidade recorde de nosso governante, não vendi minha alma em nome de resultados obtidos, ainda mais que tenho plena consciência que não se inventou a roda há 8 anos.
Ps. Não votei em 2002, 2006 e nem votarei no atual candidato do PSDB. Esta reflexão, como tantas, é suprapartidária. Não penso em partidos, penso no País. Políticas públicas deveriam ser de Estado, não de governos!
Afonso,
o problema é que não votar no candidato do PSDB agora pode significar a continuidade e aprofundamento de tudo que tão bem colocou em seu texto para justificar porque não é petista. Aconselho uma segunda reflexão ao menos por questões estratégicas. Abs
"Relevo uma ínfima parcela do #PT, que acreditou na defesa de uma bandeira ética" http://www.imil.org.br/artigos/eu-petista/
"Relevo uma ínfima parcela do #PT, que acreditou na defesa de uma bandeira ética" http://www.imil.org.br/artigos/eu-petista/
Você pode escrever artigos mesmo com críticas, construtivas ou não, com um outro patamar de inteligência, sagacidade e criatividade.
Sei que pode.
Mas parece que os “escritores”, os jornalistas os formadores de opinião, todos(neste caso) liberais (neo ou não), parecem ter perdido a compreensão das palavras, a lucidez da realidade e escrevem com uma certa ênfase em ofensas pessoais.
incrível o que não faz um governo que, APARENTEMENTE, seria contrário ao status quo.
A maioria dos “articulistas”, começam a parecer burguesinhos mimados que reclamam por serem péssimos jogadores de futebol mas, detêem a bola de capotão.
Que pedreira, hem …”colega”.
Não gosto do Serra, muito menos da Dilma e Marina não conta! Estou de acordo com você com relação ao PT. Quanto ao Lulla, este está mais para o esperto e anarquista, não esquerdista! Se Dilma vencer será o primeiro a ser defenestrado! Voto no Serra pelo que ele disse nos dois discursos que inclusive registrou como o seu “programa” de governo que é o que está de acordo com a minha filosofia. Dentro desse espírito acredito que poderá realizar um bom governo. O que realizou ou deixou de realizar é importante mas para tudo tem que haver “alma,direção ou norte”. As outras nem de longe revela isso, a não ser o gramscismo puro! Espero que não esteja errado!