“A questão não é quem vai me permitir. A questão é quem vai me impedir.” (Ayn Rand)
Nesses últimos dias, as ruas de Porto Alegre foram invadidas por transportadores informais de passageiros de todos os tipos.
Com suas caminhonetes escolares, com seus ônibus de turismo, com seus carros particulares, verdadeiros revolucionários saíram para as ruas para defender os interesses da população que se viu à mercê de um sistema falido de transporte que lhe negava assistência.
Apelidados de clandestinos, esses motoristas, não carregavam bandeiras vermelhas em suas mãos, não gritavam palavras de ordem tentando impor dogmas ou ideologias, não tinham seus rostos cobertos para fugir da responsabilidade.
Esses heróis do livre-mercado estavam apenas conduzindo seus veículos, instrumentos de seu trabalho, para ganharem o seu sustento, servindo a pessoas de todas as classes, desconhecidos em geral, que vêm tendo o seu direito de liberdade violado há décadas pelo governo, que privilegia empresários, sindicatos, burocratas, políticos e grupos de pressão, intervindo no mercado de transporte coletivo, em detrimento da população em geral.
Moradores de Porto Alegre e adjacências, principalmente aqueles que trabalham e têm poucos recursos, foram resgatados do seu imobilismo literal por uma verdadeira legião de empreendedores anônimos.
Gente comum, interessada apenas em cumprir a lei da oferta e da procura, princípio irrevogável de qualquer mercado, independente do grau de intervenção governamental que lhe esteja sendo imposto.
Cansada de ver o seu direito de ir e vir cerceado, por conta da mão pesada do governo que cria barreiras à livre concorrência no setor de transporte coletivo e, portanto, restringe a liberdade de escolha, a população já demonstrou que não suporta mais conviver com empresários cartoriais, sindicatos chantagistas e toda a espécie de privilegiados e aproveitadores que se escondem sob o poder estatal para ilegitimamente lucrar.
Mais uma vez, como sempre, a mão invisível do mercado foi estendida, unindo interesses de indivíduos ávidos por verem suas necessidades satisfeitas, através da livre negociação, da cooperação espontânea e da anônima associação para benefício mútuo com o simples propósito de poder se locomover.
Fonte: Zero Hora, 06/02/2014
Dúvida: – A expressão ‘empresários cartoriais’ citada no texto, se refere aos Notários e Registradores Extrajudiciais? Os titulares de Cartório que são os únicos serviços da justiça que encontram-se privatizados? Se refere aos Oficiais que exercem sua atividade em caráter privado, no perfeito princípio liberal desonerando o Estado de todos os encargos? Ou, pelo contrário, o termo ‘empresários cartoriais’ seria uma metáfora? Fico agradecido se me possibilitar a interpretação correta do termo.