“Justiça, democracia e capitalismo” (Elsevier, 2010), de Denis Rosenfield, aborda conceitos e fatos relevantes de nosso cotidiano. Por exemplo, a questão da vinculação conceitual entre as diferentes acepções da liberdade, da democracia e da justiça, entre outros, termina remetendo a uma questão que não é apenas descritiva, mas também valorativa. Com todos os elementos empíricos hoje à disposição, poderíamos afirmar que o socialismo é incompatível com a liberdade política e o capitalismo compatível com ela. Tratar-se ia de uma comparação entre dois tipos de experiência histórica, sempre e quando não sucumbíssemos à perversão da democracia totalitária, que vive da ambiguidade dos conceitos, da mudança sucessiva de suas significações. Permaneceria, ainda, o problema da vinculação conceitual entre essas distintas significações e não somente a observação empírica, que mostrou que o socialismo lá onde reinou extinguiu pura e simplesmente a liberdade política. Lá onde o capitalismo reina plenamente, a liberdade política é completamente assegurada. Um outro enfoque consistiria precisamente em expor essa vinculação essencial entre as distintas acepções da liberdade, o que remeteria, também, ao valor que se pretende atribuir a essa conjunção de liberdades. A democracia, entendida como questão capitalista, remete às próprias condições da existência humana, entendida como livre e, portanto, comprometida com a livre escolha, enquanto princípio da ação humana.
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