No livro “Politicídio – O assassinato da política na filosofia francesa” (Editora É Realizações, 2015), o historiador holandês Luuk van Middelaar trata da forte influência que o marxista russo Alexandre Kojève teve sobre uma geração de intelectuais franceses, como Maurice Merleau-Ponty, Raymond Aron, Georges Bataille, Jacques Lacan, Raymond Queneau e André Breton, que na década de 1930 assistiam às suas aulas na École Practique dês Hautes Études em Paris.
Alexandre Kojève foi o criador do conceito do “fim da história”, concebido a partir da dialética do senhor e do servo, de Hegel, na qual todos os conflitos políticos terminariam depois que o ser humano atingisse um estágio de plena consciência. Entretanto, Kojève previa a necessidade de um Estado após o fim da história, e no contexto marxista esse Estado seria responsável pela “administração das coisas”. Dada a plena satisfação de seus cidadãos, a adoção desse “Estado Universal e Homogêneo” implicaria no fim da política como forma de manifestação dos anseios e das necessidades humanas.
4 Comments