A escolha do deputado Índio da Costa (DEM) para vice na chapa do candidato José Serra se reveste de significativa importância para sua campanha e para o Rio de Janeiro. A opção pelo Índio (os trocadilhos e brincadeiras com o nome são inevitáveis) se constitui como valor simbólico em função de sua juventude e trabalho como relator do projeto Ficha Limpa. Isso não é pouco, se considerarmos a quase inexistente renovação de lideranças políticas e a grave crise ética que assola a política institucional.
Juventude não é um valor em si, mas, se associada ao estudo e aos bons propósitos, potencializa as vantagens da pouca idade, a energia e a sintonia com parte da população já descrente com os rumos da política.
Ao invés de apenas criticar aspectos periféricos e inconsistentes, seria bom que parte da imprensa fizesse a comparação entre os vices e a leitura de um interessante livro do Índio sobre gestão publica.
O Rio de Janeiro tem perdido importância no cenário político nacional. Isso é uma verdade. Muito em função de um processo de esvaziamento intencional que começou no tempo da ditadura, de administrações desastrosas e da pouca capacidade dos nossos representantes de articular aquilo que o Rio representa verdadeiramente.
Ficamos à mercê de “amizades” com o presidente, como se a questão republicana não existisse. A escolha do deputado para vice deve representar uma possibilidade de mudança nesse panorama, caso o vitorioso seja o Serra.
Índio da Costa recebeu um chamado que pegou a todos nós de surpresa, mas isso representa apenas que a História impõe desafios ao indivíduo. Cabe a ele mostrar-se preparado e do tamanho da dimensão da tarefa. Mas o Rio de Janeiro já ganhou com essa escolha.
(“O Dia” – 11/07/2010)
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