O Tesouro Nacional vendeu 99% da oferta de 35,25 milhões de títulos públicos em leilão de venda nesta quinta-feira no qual encurtou os lotes de LTN, fez colocação integral das NTN-F e ofertou a menor quantia de LFT do ano.
O Tesouro vendeu 33.814.300 LTN (de oferta de 34 milhões) e todas as 1,15 milhão de NTN-F. Mas novamente houve baixa colocação de LFT — título cuja pressão no mercado secundário tem chamado atenção do mercado —, com venda de apenas 9.750 dos 100 mil papéis disponibilizados.
Apenas para a LTN abril 2021, o Tesouro ofertou 30 milhões de papéis (com colocação integral). Foi o maior volume desde a operação de 13 de agosto.
Alguns analistas elogiaram a disposição dos lotes de acordo com os vencimentos, destacando a venda total da oferta de NTN-F mais curta, para janeiro de 2027. A NTN-F é um título prefixado que tradicionalmente é demandado por estrangeiros.
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O DI janeiro 2027 caía 21 pontos-base, para 7,19% ao ano. Mas analistas ainda chamaram atenção negativa para o encurtamento da dívida, o que, sem maior confiança na trajetória das contas públicas num cenário de juros nas mínimas históricas, pode tornar ainda mais difícil a tarefa de rolagem da dívida ao longo de 2021.
Em coletiva de imprensa nesta quinta, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o encurtamento da dívida é o preço que está sendo pago pelo país por um fiscal um pouco mais desarrumado.
Ele reconheceu ainda desequilíbrio da indústria de investimento em curso em meio à baixa procura por LFT e disse não ser possível prever qual será o gatilho para a intervenção pelo BC via compra de títulos públicos e que a autoridade monetária faz esse acompanhamento no dia a dia.
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O Tesouro tem acelerado neste ano as ofertas de títulos públicos para financiar gastos relacionados a medidas de combate ao coronavírus.
Fonte: 25/9/2020
Foto: Reuters/Bruno Domingos