O ministro Paulo Guedes (Economia) defendeu a exploração sustentável e o aumento da produtividade na Floresta Amazônica. Também pediu recursos para aumentar a infraestrutura e melhorar o ambiente de negócio da região.
Ele falou em evento do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). O vídeo com sua participação foi gravado na 3ª feira (17.mar.2021) e reproduzido nesta 5ª feira (18.mar.2021).
De acordo com ele, o desenvolvimento sustentável da região requer crescimento econômico que alie o “bem-estar da população e a conservação do meio ambiente”.
“O Ministério da Economia tem como prioridade, para além da agenda de reformas estruturantes que viabilize um ambiente de negócios mais favorável para os empreendedores, estabelecer as bases para uma agenda de crescimento verde. Sabemos que o futuro é verde”, declarou Guedes.
O ministro disse que há oportunidade de investimentos e melhoria da infraestrutura e serviços básicos. Afirmou que a floresta é um patrimônio que deve ser “cuidado para usufruto das gerações atuais e futuras“. “A exploração insustentável da floresta é um sintoma de crescimento econômico de baixa produtividade, à margem da lei e com perspectivas limitadas a curto prazo”, declarou.
Citou que a bioeconomia é o caminho para desenvolver as cadeias produtivas e melhorar a integração do setor produtivo com as instituições locais. O BID acolheu a proposta do governo brasileiro de criar um fundo para financiar projetos na região.
“O intuito original de estabelecer uma plataforma para captação de doações para a Amazônia foi mantido. Inclusive, com a flexibilidade para a captação de recursos do setor privado. O apoio do banco é bem-vindo para fortalecer essa agenda, o que irá requerer recursos financeiros, conhecimento e capacidade de mobilização dos diversos agentes”, disse o ministro.
LEIA A ÍNTEGRA DA FALA DE GUEDES
“Estamos convencidos que o desenvolvimento sustentável da Amazônia requer crescimento econômico que alie o bem-estar da população e a conservação do meio ambiente da região. O Ministério da Economia tem como prioridade, para além da agenda de reformas estruturantes que viabilize um ambiente de negócios mais favorável para os empreendedores, estabelecer as bases para uma agenda de crescimento verde. Sabemos que o futuro é verde.
É preciso pensar a Amazônia como um espaço real, com oportunidade de investimentos, com desafios e não como uma abstração. Estamos tratando de um território onde milhões de pessoas vivem, trabalham e tiram seus sustentos, muitas vezes com acesso limitado e infraestrutura deficiente de serviços básicos.
Ao mesmo tempo, reconhecemos que a floresta representa um patrimônio que deve ser cuidado para usufruto das gerações atuais e futuras, produzindo bens e serviços ambientais que beneficiem a população local, o Brasil e o mundo.
A exploração insustentável da floresta é um sintoma de crescimento econômico de baixa produtividade, à margem da lei e com perspectivas limitadas a curto prazo. O desenvolvimento sustentável da Amazônia deve ser parte de um esforço mais amplo de aumento de produtividade, melhoria de infraestrutura e do ambiente de negócios, de desburocratização, transformação e modernização do Estado brasileiro.
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Avançamos muito nessa pauta nos últimos 2 anos. Como forma de atrair investimentos privados para conservação e uso sustentável da floresta, incluímos na carteira do PPI (Programa de Parceria de Investimentos) 6 projetos de concessão florestal localizados na Amazônia, além da concessão de 2 parques nacionais na região. O aproveitamento sustentável dos recursos florestais, seja para produção de madeira, seja para o turismo, gera renda e emprego para as comunidades locais e trás novos aliados para o combate ao desmatamento ilegal.
Estamos também fornecendo a regularização fundiária e a destinação de terras da União na Amazônia em parceria com os municípios, dentro da perspectiva de que a segurança jurídica e a garantia dos direitos de propriedade contribuem para trazer os produtores rurais para a legalidade, facilitar o acesso ao crédito e fomentar as atividades econômicas sustentáveis.
Queremos extirpar a mineração ilegal, o desflorestamento e o desmatamento ilegais. Além disso, destacamos a aprovação do novo marco do saneamento básico, que permitirá ampliar o investimento privado em favor da universalização do serviço de saneamento. Esse é um tema especialmente importante para os Estados amazônicos, onde apenas 25% da população tem acesso à saneamento adequado, enquanto o índice das demais regiões do país é de 74%.
Marco fundamental para apoiar o desenvolvimento da Amazônia foi aprovado em janeiro deste ano, com a política nacional de pagamentos por serviços ambientais. Essa política permite a remuneração de iniciativas individuais e coletivas que favorecem a manutenção e recuperação dos recursos hídricos, do solo, da biodiversidade, do patrimônio genético e do conhecimento tradicional associado a essas atividades.
Olhando à frente, precisamos ampliar as oportunidades da bioeconomia, desenvolver cadeias produtivas com alto potencial de agregação de valor e melhorar a integração entre o setor produtivo e as instituições de pesquisa e desenvolvimento. Vemos com muita satisfação que a proposta brasileira de estabelecer um fundo para a Amazônia foi acolhida pelo BID e pelos demais países amazônicos, que se converte iniciativa mais ampla em favor do desenvolvimento sustentável à região.
O intuito original de estabelecer uma plataforma para captação de doações para a Amazônia foi mantido. Inclusive, com a flexibilidade para a captação de recursos do setor privado. O apoio do banco é bem-vindo para fortalecer essa agenda, o que irá requerer recursos financeiros, conhecimento e capacidade de mobilização dos diversos agentes.
De nossa parte, estamos prontos para trabalhar juntos em favor do progresso das comunidades da Amazônia, criando oportunidade de trabalho e empreendedorismo, aproveitando as riquezas naturais da região de forma sustentável.
Muito obrigado, até breve.”
Fonte: “Poder 360”, 19/03/2021
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