Após um dia de reuniões ininterruptas do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, com dirigentes partidários, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e líderes do governo, apresentaram um relato otimista sobre o aumento de adesões à reforma da Previdência, principalmente no PSDB e no PSD, com perspectiva de fechamento de questão em vários partidos.
Segundo Padilha, houve um ganho de cerca de 40% nessa arrancada final e o “dia D” será esta quinta-feira. A estratégia do governo é começar a discussão em plenário, concluir na segunda-feira e, se tiver os 320 votos garantidos, votar na terça-feira. A avaliação é que marcar a data para votação irá pressionar deputados indecisos, que já estariam sofrendo pressão “de dentro para fora”.
Nas reuniões, Padilha apresentou uma pesquisa mostrando uma melhora do apoio à reforma na base dos parlamentares. Já o líder Aguinaldo Ribeiro disse que o que vai determinar o posicionamento de uma grande faixa de indecisos é “o entendimento cristalino” das bases sobre a importância do projeto.
— Acho que chegou a onda. Não sei se é a onda que precisamos, mas começou a funcionar a pressão de dentro para fora. Se Temer fechar a Previdência, sairá como o presidente reformista, que fez em dois anos o que não se fez nos últimos 30: a reforma trabalhista, do ensino médio e gestão de empresas públicas como a Petrobras e Eletrobrás. Vamos continuar forçando as negociações hoje, amanhã, e quinta-feira decidimos. Estamos numa curva ascendente e temos um ganho de cerca de 40% de adesão nos últimos 20 dias — disse Padilha.
— O fundamental é que está melhorando. O ambiente externo melhorando, melhora a adesão dos parlamentares — disse Aguinaldo Ribeiro.
LÍDERES DO GOVERNO DEFENDEM VOTAÇÃO EM FEVEREIRO
Mas, no jantar de confraternização na casa do presidente do Senado, Eunício Oliveira, em que estiveram presentes o presidente Michel Temer e cerca de 10 ministros, a maioria acredita que não haverá tempo para votar a reforma ainda este ano. Líderes do governo argumentam que seria melhor deixar a votação para fevereiro, devido à expectativa de crescimento de 1% do PIB. Segundo eles, os deputados não iriam ser contrários a um projeto que venha a melhorar ainda mais a economia.
— Quinta-feira teremos uma outra reunião grande de avaliação. Se estiver próximo do número, começamos a discutir no plenário. Na segunda-feira, concluimos a discussão, e votamos na terça-feira. Se não der, votamos ano que vem — disse o líder do governo na Câmara, André Moura (SE).
— Tem bastante parlamentar dizendo que terá mais facilidade em votar no ano que vem — admite Padilha.
O deputado Fernando Monteiro (PP-PE) diz que melhorou muito o apoio à Previdência em suas redes sociais. Mas reconhece que será difícil votar esse ano.
— Se tirar a parte da aposentadoria rural, voto tranquilo, com dano eleitoral zero. Na propaganda já saiu, mas na proposta tem uma pegadinha que atinge o trabalhador rural — diz Fernando Monteiro.
Fonte: “O Globo”
No Comment! Be the first one.